Brilho Fosco

Cresci a ver as estrelas,
Sempre com o olhar inocente de admiração.
Apreciava o brilho que elas me presenteavam
E com ele enfeitiçava os meus sonhos.
Dava-lhes cor, dava-lhes movimento,
A magia que hoje não consigo encontrar.

Hoje
Procuro no baú de recordações
Pedaços de recordação desse brilhar,
Dessa luz que um dia me iluminou
E que me fez ver um mundo de cor,
Um mundo feliz
E um mundo sem dor.

O olhar deixou de ser de admiração,
Passando a ser um olhar de preocupação.
Continua a ver as estrelas
Na esperança que o brilho surja como antigamente,
Que pinte nem que seja por breves segundos
Alguns momentos desta curta mas já longa vida.

O brilho está longe de ser o mesmo,
O olhar continua inocente
Os sonhos continuam a existir,
Mesmo sem cor, sem movimento.
Perante este cenário cresceu a esperança.
Esperança em conseguir tudo de novo,
Ver tudo de novo
E sentir tudo de novo...
E quando o brilho voltar a encontrar,
Voltarei a sorrir
Voltarei a ver cor
E a minha vida voltará a ter movimento.