CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Manhã Submersa
Lentamente, o casarão foi rodando com a curva da estrada, espiando-nos do alto da sua quietude lôbrega pelos cem olhos das janelas. Até que, chegados à larga boca do portão, nos tragou a todos imediatamente, cerrando as mandíbulas logo atrás. Enrolado na multidão silenciosa, fui subindo a larga escadaria em cujo topo um padre quieto, de mãos escondidas nas mangas do viatório, ia separando as divisões para as respectivas camaratas. Mudos e quedos, ao pé dos muros, aparecerem-me ainda, ao longo do corredor, vários padres de sentinela. E na pura ameaça do seu olhar de sombra eu sentia, mais escura, a grandeza ilimitada de um pavor abstracto
Falo agora à memória destes últimos vinte anos e pergunto- me que destino atravessou a minha vida além desse pavor, que outra voz mensageira lhe chamou ao futuro além da voz de uma noite sem fim.
Eu vivia, de resto, agora, e cada vez mais, da minha imaginação. E foi por isto a partir de então que eu descobri a violência da realidade. Nada era como eu tinha fantasiado e não sabia porquê. Parecia-me que havia sempre outras coisas à minha volta e que eu não supunha, e que essas coisas tinham sempre mais força do que eu julgava. Assim, a minha pessoa e tudo aquilo que eu escolhera para mim não tinham sobre o mais a importância que eu lhes dera. Chegado à realidade, muita coisa erguia a voz por sobre mim e me esquecia.
Dói-me o que sofri e recordo, não o que sofri e evoco.
Porque o peso da dor nada tem a ver com a qualidade da dor. A dor é o que se sente.
… que a descoberta de nós próprios era a descoberta maravilhosa de uma força inesperada.
http://topeneda.blogspot.pt/ Vergílio Ferreira
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1654 leituras
Add comment
other contents of topeneda
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Musica/Outro | La fête | 0 | 1.072 | 12/04/2011 - 16:48 | Português | |
Musica/Outro | loney caroucel | 0 | 1.372 | 12/04/2011 - 16:43 | Português | |
Musica/Outro | A casa | 0 | 1.295 | 12/03/2011 - 12:48 | Português | |
Musica/Outro | A janela | 0 | 1.217 | 12/03/2011 - 12:44 | Português | |
Musica/Outro | rosa | 0 | 1.746 | 12/03/2011 - 12:40 | Português | |
Musica/Outro | A cidade queimada | 0 | 1.945 | 12/03/2011 - 12:37 | Português | |
Musica/Outro | Pasion | 0 | 1.414 | 12/03/2011 - 12:35 | Português | |
Musica/Outro | Tardes de Bolonha | 0 | 1.243 | 12/03/2011 - 12:31 | Português | |
Musica/Outro | Noche | 0 | 1.091 | 12/03/2011 - 12:28 | Português | |
Musica/Outro | Solitude | 0 | 1.029 | 12/03/2011 - 12:25 | Português | |
Musica/Outro | À espera de Sofia | 0 | 2.054 | 12/03/2011 - 12:22 | Português | |
Musica/Outro | Voltar | 0 | 644 | 12/03/2011 - 12:19 | Português | |
Musica/Outro | Rua da Atalaia | 0 | 1.587 | 12/03/2011 - 12:15 | Português | |
Musica/Outro | Alegria da criação | 0 | 1.018 | 12/03/2011 - 11:48 | Português | |
Musica/Outro | A prôa | 0 | 1.504 | 12/03/2011 - 11:44 | Português | |
Musica/Outro | Galinhas do Mato | 0 | 1.439 | 12/03/2011 - 11:41 | Português | |
Musica/Outro | Benditos | 0 | 1.662 | 12/03/2011 - 11:36 | Português | |
Musica/Outro | Década de Salomé | 0 | 1.410 | 12/03/2011 - 11:28 | Português | |
Musica/Outro | Escandinávia bar-fuzeta | 0 | 1.605 | 11/30/2011 - 00:36 | Português | |
Musica/Outro | Decada de salomé | 0 | 1.646 | 11/30/2011 - 00:26 | Português | |
Musica/Outro | Tarkovsky | 0 | 1.267 | 11/30/2011 - 00:18 | Português | |
Musica/Outro | Moda do entrudo | 0 | 1.447 | 11/30/2011 - 00:13 | Português | |
Musica/Outro | Tu Gitana | 0 | 1.315 | 11/30/2011 - 00:08 | Português | |
Musica/Outro | Agora | 0 | 2.545 | 11/30/2011 - 00:00 | Português | |
Musica/Outro | A proa | 0 | 1.506 | 11/26/2011 - 15:09 | Português |
Comentários
Soberbo! Simplesmente,
Soberbo! Simplesmente, soberbo!