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Meu estranho fado...
Meu estranho fado,
abraçado em lágrimas de xailes,
dedilhado no meu corpo de guitarra...
Amarra sombria da minha alma...
Destino acre
que me prendeu ao teu
que não se destina ao meu...
Maldição feita cola,
feita selo, feita lacre...
Protecção de mim mesma...
Excesso de zelo, cuidado supérfluo...
Respeito q me prende o ar no peito
pelo q não entende...
Grito q morre na voz,
fadista garganta cheia de nós,
vista q escureceu,
sem cair do pano...
Estranho entranho,
desgarrada do meu ser,
entre canto e pranto,
alvorada q me vê nascer e morrer,
todos os dias,
minha maldição de orgulho...
Meu estranho enfado,
entulho entulhado,
mascarado de poesias...
Inês Dunas
Libris Scripta Est
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Poesia :
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Comentários
Re: Meu estranho fado...
Deixa pegar na guitarra, recortar a tua silhueta noturna e acompanhar-e de olhos humidos e negros, como a alma contemplativa em xaile de fadista.
Deixa estar, assim lacrimejante num Dó sustenido em Fá metido, nos acordes de um soneto ou verso corrido, em Fado sentido.
Deixa ver-te cantar, essa mágoa de suavidade escura, no teu Ser translucida.
Seres Inês , fadista de uma dor existêncialista.
Deixa aplaudir em choro retratado e resguardado, esse estranho enfado entulho, entulhado, que te bloqueia faringe e não sai o Ré vagabundo.
Ah fadista!
Re: Meu estranho fado...
Estranhos são os fados que nos levam pela vida, que nos fazem desfazer a alma em poesia..
Gostei imenso, como sempre Inês
Beijo
Nuno
Re: Meu estranho fado...
Libri belo poema
Palavras entrelaçadas que escutam às letras sozinhas...
Gostei muito, excelente jogo de palavras, belas rimas!
abraço, JoaoSimao
Re: Meu estranho fado...
Fado, maldição fadada, malfadada...
O retrato de um fado, o viver na poesia, na sombra do xaile.
Gostei de ler-te,
Beijinho