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Pobreza (in)visível

Pobreza in(visível)

Pungente
toda  a significância
que remete a pobreza.
A mais pura rudeza
da condição humana
ligada à sobrevivência.
Dói a sua visibilidade,
marcada
nos rostos escavados,
embaciada
nos olhares ensopados,
cravados,
em chão de terra seca.
Nos cartões vazios
que servem de cama
a sem-abrigos
em vão de escada.

Ausência de identidade,
escravos da sua mendicidade.

São mortos-vivos,
pálido arremesso
do direito consagrado.
Sub-mundo ignorado
do senhor endinheirado.

Impotência
dorida
em alma
empedrada,
repulsada
na obrigatoriedade
de encapotada
solidariedade.

Realidade
que grassa
como erva daninha.
Maldita sociedade
que oferece um nada!
Apenas o desperdício
que descarta como lixo
em bandeja envenenada.

OF 02-05-12
http://portate-mal.blogspot.pt/

Submited by

sábado, maio 5, 2012 - 16:34

Poesia :

Your rating: None (3 votes)

Odete Ferreira

imagem de Odete Ferreira
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 4 anos 46 semanas
Membro desde: 01/11/2011
Conteúdos:
Pontos: 1924

Comentários

imagem de Docarmo

Pobreza (in)visivel

Palmas. A tua crítica social, é bastante acutilante neste teu poema, extraordinariamente bem construído,com palavras claras e precisas, sem contudo lhe tirar o brilho poético.
Gostei muito de ler-te
Parabéns
Docarmo

imagem de Odete Ferreira

P/Docarmo

Amigo, Docarmo: muito grata pela presença e apreciação ao poema. Ainda bem que o percecionas como acutilante. Muito bom, quando a (nossa) mensagem é inteligentemente apreendida...

Bjo :)

imagem de Teresa Almeida

Já tinha saudades de entrar

Já tinha saudades de entrar em tua casa, tenho a chave! :)

Adorei o teu poema de intervenção e de incomodidade!

A pobreza é uma ferida a doer.

Muito bom querida amiga Odete.

bjuzz

imagem de Odete Ferreira

P/ Teresa Almeida (Pobreza...)

Amiga: sabes bem o esforço que faço para dar atenção aos escritos, sobretudo d@s amig@s...
Obg pela tua presença e gentil comentário. Sim, claro que não tens só a chave, tens a porta aberta...
(Ultimamente nem tenho postado poemas que vou escrevendo, quase só os que escrevo para desafios...)
Bjuzz iluminados :)

imagem de SuzeteBrainer

Minha amiga, Que belo e

Minha amiga,

Que belo e poderoso poema!!!

"São mortos-vivos,
pálido arremesso
do direito consagrado.
Sub-mundo ignorado
do senhor endinheirado."

Estava saudosa de ler-te(infelismente, o meu tempo está muito reduzido, entendes?), mas o teu espaço poético é especial para mim.

Parabéns por essa excelente intervenção poética!!

Beijo.

imagem de Odete Ferreira

P/SuzeteBrainer (Pobreza...)

Amiga, Suzete: sabes bem o quanto o tempo também é meu inimigo (tanta, mas tanta coisa para dar andamento e o profissional tem de estar primeiro...).
Muito grata pela rua presença e elogioso comentário.
Bjo na tua belíssima alma :)

imagem de apsferreira

Que belo texto, Odete. Uma

Que belo texto, Odete.
Uma análise rica se sentires,
que desseca um Estado d` Alma
- o snobismo que toma
certos espíritos.
:-)

imagem de Odete Ferreira

P/apsferreira (Pobreza...)

Verdade, amigo Albano, a hipocrisia mexe comigo. Enojam-me as pessoas que se servem de atos de solidariedade para se promoverem...
Muito grata pela presença e comentário (sinto algum pudor quando me comentam e eu não posso retribuir de igual modo, mas a falta de tempo dá (quase) só para ir lendo...
Bjo :)

imagem de antonioduarte

Olá amiga Odete Ferreira, Uma

Olá amiga Odete Ferreira,
Uma intervenção muito profunda e deveras sentida pelo entendimento que não vira o rosto à verdade.
Terminando,como assim será, a infeliz realidade, que, os olhos maiores não sabem; ou não querem ver.

(Quem fica no meu recuo sem me sofucar?)

"Apenas o desperdício
que descarta como lixo
em bandeja envenenada."

Noto a beleza dos sentimentos que lançam o grito: "Pobreza (in)visível"

Lindo! Gosto de te ler, na essência das palavras.
Obrigado por partilhar.
Parabéns.

Abraço.

imagem de Odete Ferreira

P/antonioduarte (Pobreza...)

Amigo antonioduarte: prazer por teres ocupado um tempo da tua mente, na leitura do meu escrito...Um registo num misto de revolta, impotênncia, crítica (in)visível - não chega onde devia chegar.
Sempre grata pela atenção...
Bjo :)

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