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Antônio Donin, Poeta e Homem de Ação

Paulo Monteiro

Preocupados com a supra-realidade das coisas, os poetas poetas acabaram sendo vistos como destituídos de senso prático. Verdade é que muitos dos homens que construíram sistemas sociais e fundaram impérios eram poetas.
Entre nós, passo-fundenses, Antônio Donin desmente o juízo assentado pelo senso comum. Dia e noite seu espírito permanecia preso à poesia, mas nunca se afastava da realidade.
Passados quase vinte anos de sua morte, ocorrida em 8 de agosto de 1987, seu nome não encontrou o reconhecimento merecido. Escolas, ruas e avenidas receberam nomes de mediocridades, enquanto o educador e homem público Antônio Donin foi relegado a imerecido esquecimento.
Nascido em Vila Maria, hoje município, no dia 15 de fevereiro de 1911, Antônio Donin, era um dos treze filhos dos italianos Pedro Donin e Ana Agostini. Seus pais chegaram do “velho mundo”, ainda no Império, casando em 1900.
Em 1916, procurando melhores condições para criar a família, Pedro Donin mudou-se para a localidade de Ponte Preta, em Erechim, estabelecendo-se com casa de comércio e agricultura. Preocupados com a educação, Pedro e Ana organizaram uma escola particular. Ali o futuro integrante do Grêmio Passo-Fundense de Letras iniciou seus estudos.
Em busca de maiores conhecimentos, a 27 de março de 1927, partiu para Santa Maria, matriculando-se no Seminário São José onde concluiu o curso Colegial, em 1933. A primeiro de março do ano seguinte ingressou no Seminário Central de São Leopoldo, onde concluiu Filosofia e um ano de Teologia.
Ingressou no sacerdócio católico. Seu coração de poeta acabou curvando-se aos encantos de uma paroquiana. Entre a fidelidade aos votos sacerdotais e aos sentimentos amorosos, optou pelos segundos. Abandonou a batina, mas continuou fervorosamente religioso. E católico.
Não casou com essa moça, mas com a professora Vanda Xavier Donin, que lhe daria duas filhas e quatro netos. Dessa união nasceram a professora Maria Helena Yaione e a odontóloga Marília Donin Vanni. A primeira, casada com Mário Yaione, é mãe de Fábio, professor universitário em Dourados e Mariane, bióloga; a segunda, casada com Luis Alberto Vanni, tem dois filhos: Tásio, médico em Porto Alegre, e Leonardo, advogado na capital gaúcha.
Em abril de 1941 Antônio Donin veio para Passo Fundo, onde passou a lecionar no Colégio Notre Damme e na Escola do Círculo Operário. Nesse ano publicou o poema épico “O Brasil em Marcha”. Dois anos depois, trocou o magistério pela redação de O Nacional. Mais tarde retornaria ao magistério, continuando a exercer o jornalismo e desempenhando intensa militância política.
Foi o principal idealizador da criação da Universidade de Passo Fundo, conseguindo unir em torno do projeto, os mais diferentes segmentos da comunidade local e regional. Preconizou a organização do Movimento Tradicionalista Gaúcho, pregando a criação do Centro de Tradições Gaúchas Lalau Miranda, pioneiro na preservação das tradições campeiras nesta parte do Estado. Em 1971 motivou uma reunião para construir o “Parque Turístico de Passo Fundo”, que até hoje não saiu do papel.
Entre janeiro de 1964 e 15 de agosto de 1968, na gestão de Mário Menegaz, chefiou a Secretaria Municipal de Educação. Nesse mesmo período, sob pseudônimo, foi classificado em primeiro e segundo lugares num concurso para a escolha do Hino de Passo Fundo. Escreveu a letra, e a partitura executou-a o compositor Francisco Calligaris, de Porto Alegre. Mesmo vencedor, o hino escrito por Antônio Donin acabou sendo esquecido Idealizou a Bandeira do Município, hasteada pela primeira vez em 5 de outubro de 1968, durante a II EFRICA.
Antônio Donin foi premiado nacionalmente em diversos concursos de poemas e trovas. Além de vasta obra publicada em jornais e livros, como o intitulado “Heroínas”, deixou muitos trabalhos inéditos.
Foi pioneiro dos cursos de oratória em Passo Fundo e região. Dotado de vasta cultura, era um respeitável polimata, capaz de entreter os ouvintes durante oras, dissertando sobre os mais diferentes assuntos.
Leitor dos mais consagrados autores da Língua Portuguesa, manteve-se fiel ao verso metrificado. Jamais praticou o verso livre. Seus poemas mantém o tom parnasiano. Adquiriu perfeito domínio da métrica, de tal sorte que ao escrever poemas gauchescos ou trovas (o tradicional poema em redondilha maior e quatro versos rimados), demonstra uma espontaneidade raramente alcançada entre nós.

Hino de Passo Fundo

Letra de Antônio Donin

Passo Fundo, cidade altaneira,
Verde terra do céu sempre azul!
Tua história refulge fagueira
Como a luz do Cruzeiro do Sul.

Estribilho:
Tu surgiste indomável e grande,
Ó torrão de progresso e de luz!
Teu fulgor pela Pátria se expande,
Porque a glória te inflama e conduz.

Salve, terra de luz e primores,
Lindo solo de gleba ondulante!
Em teu seio vegetam as flores,
Que plantou o imortal bandeirante.

Tua indústria e escolas garbosas
São autores de um novo porvir
Em teus campos e praças formosas
Contemplamos a vida a sorrir.

Súplica

Soneto de Antônio Donin

Deus excelso, divina potestade,
que o mundo governais com a razão,
libertai esta pobre humanidade
das garras da maldita exploração.

Mandai que impere o amor e a eqüidade,
e a virtude da santa gratidão.
Implantai, no planeta, a caridade,
e o espírito de paz e de perdão.

Projetai vossa luz maravilhosa
sobre a face da terra flagelada
para que surja uma era mais ditosa.

E fazei que o poder do vosso amor
faça raiar as luzes da alvorada
de um mundo novo, cheio de esplendor.

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terça-feira, fevereiro 24, 2009 - 15:04

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