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O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas
“O-homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas”
Da maré-alta , até à primeira rua da cidade , restava uma meia-praia, faixa de meia-terra onde um homem-de-meia-idade , nos fins-de-meia-tarde, todos os fins-de-todas-as-tardes , se deitava esperando que o sol se findasse, tal uma clepsidra dourada em que a última partícula de areia era de verde-mar.
Verde-sal , era igualmente a primeira estrela na perspectiva do homem da meia-praia.
Nos miles-de-miles-de-milhões de asteriscos e a anos-luz do Homem, ele desenhava constelações, navios velas e dragões, cavalos-das-bruxas e as estrelas pequenininhas , eram vestidos de principescas vestais , nos ventos estelares em esvoaçares constantes.
Mas , o que o homem da maré-alta , gostava mais de gizar , eram sombrinhas de varetas largas , que cobriam todos os céus, sugeriam explosões de artifícios artefactos e traziam a felicidade beijada aos homens-de-boas-vontades , de todas, todas as cidades.
Fez-se velho, sempre-sempre no indiferente lugar de beira-mar, imaginava-se vagabundo , em espaços siderais , a-cavalo em estrelas cadentes , ensaiando epopeias cósmicas , em sistemas de duplos-sóis, planando mares-de-azoto,visitando seres-de-sílica ,estes também sonhavam no homem-das-sombrinhas de constelações alteradas .
Desenhava sombrinhas , de varetas multi-cores , derramadas num pano azul-negro-ouro que cobria toda a imaginação-humana de norte-a-sul .
Quando acabou de arquitectar, no espaço que restava da meia-praia,numa faixa-de-terra entre a maré-alta e a cidade,os asteriscos em Concílio elegeram-no por uníssono-e-aplauso-celeste , Estrela-do-Norte e astro fulcral da sombrinha-do-homem-dos-desenhos.
Jorge santos
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