O sinal do Sintoma
Esse tecido debaixo da crosta,
Ainda é ferida purulenta,
Nauseabunda, tresanda a bosta,
É dor que cura, leve e lenta.
Para que a traça não se instale na tristeza do pulmão velho, gasto e mofo:
…Cheiro a naftalina,
Ouço sons em surdina,
Cá dentro toca a buzina,
São novas, que vende o ardina.
Senti o bater do coração…
Aclara-se a minha visão,
E os pulmões refrescam-se de novo sangue.
(Estarei a despertar?)
Ricardo Rodeia
Reeditado de As Pedras e os Buracos... - Colecção WAF VI, jAN.2010
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Tuesday, October 4, 2011 - 18:28
Poesia :
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Comments
Gostei muito... Bjs na
Gostei muito...
Bjs na alma...
... E os pulmãos insuflam
... E os pulmãos insuflam novo ar e novo sangue.
Contente por gostares.
Bjs.
Sempre que vivemos em função
Sempre que vivemos em função delas... sim.
Mas se vivemos no passado... na saudade... então o presente passa por nós e não disfrutamos o que podemos ainda fazer acontecer!
Há sempre alguém pior que nós.
Há sempre alguém melhor que nós.
Estarmos satisfeitos e "controlarmos" a tendência humana para a insaciabilidade, é desafio que eu próprio gostava de conhecer a receita.
Sobre ninguém sofrer por nós, entendo o equívico da interpretação - não fui muito assetivo, de facto.
O que eu quero dizer é que ninguém sofre como nós e,
o que nós "temos" que sofrer quando temos que sofrer. Resumindo: Ninguém sofre na nossa vez (em vez de nós...)
Obvio que o o sofrimento pode ser partilhado. O luto comungado.
Porém, quando se torna estado permanente e nós vivemos constantemente a fazer esses apelos a quem nos está proximo, pode tornar-se um estado doentiu e perturbador para o "sofredor" e os "colaterais"... um contágio patológico do espirito, alma, energia e sem nada de bom para oferecer!
Beijos.