Estranha saudade...

Esta estranha saudade
Que do perder vai aprisionando
Ferindo… machucando
Impedindo que siga só… em dorida liberdade…

Que me arreda do meu rumo
Que me faz perder o norte
Confunde o sonho com uma realidade torpe
Impele a viagem no desatino sem prumo…

Tivesse tido eu o poder de mudar o não pelo sim
De deter-me imperfeita no perfeito com que me chegou teu coração
Ai… se um dia me sentisses como eu a ti te sinto… em mim…
Ter-te-ia contado este delírio que me consome e me faz perder a razão…

Ensaio de um profundo olhar distante…sereno
Que trespassa qualquer limite do evidente…
Diz que vives sem medo o que te chega em pleno
Olhar que consumo dependente a cada dia… não sou mais que uma mera sobrevivente…

Leve sorriso suave
Ao qual correspondo só… sem conter
Esta estranha e excessiva vontade
De com minhas mãos perceber o toque de teu rosto… tanto é o meu querer…

Os teus lábios dolorosamente silenciosos…
Sonho-os como se silenciados pelos meus fossem…
Um beijo que cala e canta e conta os sabores deliciosos
Que nunca antes provamos… que juntos geramos… que por nós nascem…

Fica-me a tua ausência na realidade do sonho que sempre sonho
A cada passo que avanço e permaneço
Sofreria se mais não sonhasse que te tenho
Que me doa antes a tua ausência, porque esquecer…
Não me peças… não… não esqueço…