HOMENS

Homens

 

 

Quem apresenta aos outros o espelho dos seus próprios defeitos,

É quem não tem medo mostrar aos outros que não tem preconceitos,

E quando o querem julgar, pergunta quem sois vós para me julgar?

Qual de vós então não tem os seus próprios defeitos para mostrar?

 

O homem deve travar uma luta contra si mesmo para se libertar,

Uma luta verdadeira contra os seus preconceitos e bem alto gritar,

Deixem o cinismo, mostram as vossas caras e deixem de ser loucos,

Mostrem a verdade dentro de vós que está a morrer aos poucos.

 

Sejam denunciadores de vós mesmos, cortem as vossas amarras,

Soltem – nas, sejam vós mesmos e não um rebanho de cabras,

Que vão atrás dum qualquer pastor que não vos deixa pensar,

Sejais vós próprios não deixeis que outros vos possam amarrar.

 

Quem se julga dono do mundo, não passa de um simples escravo,

Das suas próprias convicções, fazendo a si próprio um agravo,

Pois quem não se orienta a si mesmo, como pode orientar alguém,

Se ele em si não mandar, não pode mandar em ninguém.

 

No seu efémero poder um homem não pode escravizar outro homem,

Mandar não é escravizar, é mostrar respeito, ambos pela boca comem,

Mandar é assumir o direito à diferença e não a diferença de direitos,

Pois todos vivem e respiram o mesmo ar a que estão atreitos.

 

Na fortaleza das vossas mentes nenhum tem a certeza das suas opiniões,

E quem pensa ao contrário, pode provocar à sua volta muitas desuniões,

Quem podem afectar o mundo onde todos vivem com preconceitos,

Só porque pensam que eles têm razão e os outros apenas defeitos.

 

Homens, homens que pensais que sois eternos, sois apenas contratados,

Pelo tempo que  tendes, de vida e para o nada sois levados,

Para quê tantas guerras e ódios por causa do dinheiro e do poder,

Se todos têm a certeza única que dentro das vossas ilusões vão morrer?

 

Pensais que sabeis tudo sobre o mundo, se de vós nada sabeis,

Por tudo e por nada, por feitos heróicos de matar todos vos gabeis,

Olhai à vossa volta, não sois nada, sois apenas simples viventes,

Que têm o tempo de vida contado, metei isto nas vossas mentes.

 

 

 

Tavira, 19 de Fevereiro de 2010 - Estêvão

Submited by

Friday, February 8, 2013 - 11:19

Poesia :

No votes yet

José Custódio Estêvão

José Custódio Estêvão's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 1 year 46 weeks ago
Joined: 03/14/2012
Posts:
Points: 7749

Add comment

Login to post comments

other contents of José Custódio Estêvão

Topic Title Repliessort icon Views Last Post Language
Poesia/Meditation IGUALDADE 0 667 10/04/2013 - 09:43 Portuguese
Poesia/Meditation INSULTO 0 1.365 11/26/2013 - 12:31 Portuguese
Poesia/Meditation NUVENS PRETAS 0 621 02/17/2016 - 11:23 Portuguese
Poesia/Sonnet SINAIS DO TEMPO 0 1.133 07/05/2012 - 10:29 Portuguese
Poesia/General ESPINHOS 0 478 07/05/2012 - 10:03 Portuguese
Poesia/General NEM TUDO O QUE PARECE É 0 447 07/05/2012 - 10:00 Portuguese
Poesia/Love FILHOS 0 372 07/08/2012 - 01:01 Portuguese
Poesia/Joy VIVAMOS COM ALEGRIA 0 784 07/08/2012 - 00:51 Portuguese
Poesia/General O MEU GOSTO 0 342 07/15/2012 - 12:57 Portuguese
Poesia/Meditation BRAÇOS CAÍDOS 0 1.191 07/01/2012 - 12:33 Portuguese
Poesia/Meditation PALHAÇO 0 279 07/01/2012 - 12:28 Portuguese
Poesia/General DELÍRIOS 0 511 07/01/2012 - 12:24 Portuguese
Poesia/Thoughts SER PAI 0 594 09/25/2012 - 10:42 Portuguese
Poesia/Love DEITO OS MEUS OLHOS 0 277 09/25/2012 - 10:37 Portuguese
Poesia/General PALAVRAS FRIAS 0 387 09/25/2012 - 10:34 Portuguese
Poesia/Fantasy BATEM À PORTA 0 716 07/16/2013 - 11:23 Portuguese
Poesia/Meditation O PREÇO DE VIVER 0 516 06/30/2012 - 10:15 Portuguese
Poesia/General TOCAM OS SINOS 0 489 06/30/2012 - 10:02 Portuguese
Prosas/Thoughts REFLEXÃO 0 374 04/13/2016 - 11:42 Portuguese
Poesia/Meditation O VENTO BATE À JANELA 0 1.556 04/13/2016 - 11:27 Portuguese
Poesia/Meditation PALAVRAS APENAS 0 1.064 03/30/2013 - 12:51 Portuguese
Poesia/Love SERÁ POR FALTA DE AMOR? 0 926 09/24/2012 - 10:15 Portuguese
Poesia/Meditation EGO 0 705 04/28/2012 - 10:15 Portuguese
Poesia/Thoughts VIVER CUSTA 0 687 09/24/2012 - 10:10 Portuguese
Poesia/Meditation TEMPORÁRIO 0 444 07/15/2012 - 13:00 Portuguese