PENSAMENTOS 29

 

 

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Desde o início da sociedade humana, ela se dividia em grupos e, houve sempre no seu seio um cérebro mandante dentro de cada um deles, com os seus respectivos acólitos, como obediência absoluta ao chefe hierárquico que tudo podiam e mandavam. Quando algum súbdito falava contra o chefe supremo ou desconfiava que conspirava contra ele e para isso possuía imensos olhos que, olhavam por si e lhe prestavam contas do serviço dos seus olhos.

Então os supostos prevaricadores eram torturados antes da morte, para conseguirem deles a verdade ou a suposta verdade e para isso, usavam vários instrumentos de tortura horripilantes, para os obrigar os falar e castigá - los sem dó nem piedade.

A tortura psicológica ou física eram usadas com grande persistência, até conseguirem a verdade, ou a pretensa verdade, obtida pelo sofrimento até à exaustão. Nesta matéria eram usados os mais diversos instrumentos de tortura e de morte, tais como o apedrejamento, a paulada, a queimadura lenta, o arrancar das unhas, a clausura em tocas horrendas, sem verem a luz natural, convivendo com os animais rastejantes e com as próprias fezes. Também para a pena de morte eram usados vários processos, tais como a decapitação, a crucificação, enterrados ou emparedados vivos, fuzilados, etc, etc.

Desde os tempos de antanho que se praticavam estes métodos desumanos, além da escravatura, cujos humanos nem sequer mereciam identidade, eram considerados coisas sem valor ou apenas mão de obra para todo o serviço, pelo preço da comida que praticamente era igual à dos outros animais. Era assim que se tratavam os humanos de baixas condições sociais, pela sociedade humana, especialmente os de cor preta que, quando nasciam, tinham logo o sinal de escravos, sem serem donos das suas vidas.

A sociedade humana tem evoluído ao longo dos séculos, as condições têm melhorado mas, ainda existem escravos, torturas, fuzilamentos, decapitações, apedrejamentos, cadeira eléctrica e forca, tudo para findar a vida de muitos humanos que segundo a sociedade, infringem as suas regras ou simplesmente discordam do seu chefe.

Em pleno século XXI ainda há grupos sociais que continuam a tratar de uma forma ignóbil, bárbara e aviltante os seus semelhantes, porque socialmente nasceram inferiores e para sofrer e fazer enriquecer muitos dos seus chefes e nalgumas zonas do planeta, não podem falar contra os seus semelhantes dominantes, nem levantar a sua voz para gritarem que estão a ser pisados, porque senão ainda serão mais castigados, portanto, provocando o seu silêncio sem nunca terem voz própria.

Também em pleno século XXI, continua a torturar - se e a matar - se seres humanos mas, com métodos sofisticados e mais requintados de malvadez, próprios da evolução social, para poder calar as dores que os outros sentem, no entanto, de vez em quando, como a união faz a força, muitas vozes se levantam e conseguem impor a sua força, passando de fracos a fortes, com requintes de vingança e excessos, tal como eles sofreram na pele e na alma. Por isso, a vingança é cega, motivada por anos de sofrimento recalcado, perseguição, fome, miséria que dá azo a que os mais fracos se unam e se revoltem, cansados de sofrerem e por isso, a vingança é sanguinária e cega.

Uma parte da sociedade humana não se comporta à altura do seu nome, também é selvagem e nota - se que, quanto mais evoluída, maior é a sua tirania, para com os seus semelhantes, não olhando a meios para conseguirem os seus fins.

Olhemos bem à nossa volta e veja - se as atrocidades que, a sociedade humana comete, em função do seu poder e do dinheiro que possuem; ela é capaz de matar ou fazer sofrer os seus semelhantes para poder subir cada vez mais alto mas, cuidado que a sociedade também tem razão quando diz: quanto maior é a nau, maior é a tormenta.

Pais que são capazes de matar os filhos e vice - versa, irmãos que se matam uns aos outros, por vingança, ciúme, dinheiro ou por julgarem que são donos da razão, somos nós humanos? Claro que não mas, felizmente que nem toda a sociedade se comporta assim, porque senão era o caos social e vai valendo a pena viver e alcançar ainda a felicidade porque, apesar de tudo, não devemos deixar que as maldades nos provoquem o desespero e a vingança. Somos fortes, com uma grande capacidade para nos adaptarmos às adversidades da vida que se chama auto estima que nos faz levantar quando caímos. Isto não acontece com todos os elementos da sociedade humana;  há os que se deixam derrotar pela vida por qualquer motivo e são completamente marginalizados, viver por viver, vendo os outros viverem, tendo por amigos a solidão e o sofrimento.

Se somos humanos não devemos deixar que, os nossos semelhantes caiam diante dos nossos olhos, sem fazermos nada; devemos lançar sempre a mão para os puxar para cima, porque é aqui que mora a vida com dignidade. A isto chama - se humanidade, não devemos querer que seja apenas  ter direito a viver. Deixemos de ser individualistas e pensemos que não estamos sozinhos na sociedade ou no planeta nem somos donos dele; se pensarmos que somos todos uma família global, com os mesmos direitos e tratarmo - nos como tal, a vida seria a maior maravilha do mundo e que se podia chamar paraíso - império do amor.

Assim, como a sociedade age, está fazer a pouco e pouco da vida, o maior pesadelo do mundo que é viver no inferno - império do mal que, não é mais do que todo o conjunto de todas as maldades que fazemos uns aos outros. O Sol, a Lua, as Estrelas, todo o universo é uma vida gigante da qual nós fazemos parte e que só o futuro conhece; nós somos pequeninas peças com vida que deambulam neste lindo planeta e que lhe fazemos tanto mal, como se fossemos donos da eternidade.

É urgente que mudemos de atitude e aprendermos a tratar os outros como a nós próprios, porque todos nascemos e morremos e enquanto usufruirmos da dádiva da vida, que seja o bem o nosso amor.

Quando a inteligência desce, sobe a força física.

 

 

 

 

 

 

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Wednesday, October 19, 2016 - 10:15

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José Custódio Estêvão

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