Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
INDETERMINISMO – a existência do sufixo “in” já sinaliza que é a tendência contrária ao Determinismo*. É, pois, o Sistema de Pensamento que admite que o Homem seja dotado de “Livre Arbítrio”, sobretudo, no Campo da Ética.
Sabendo-se, pois, que “arbítrio” é definido pelos Dicionários como “a resolução que depende apenas da vontade do Individuo”, conclui-se que Ser Humano teria total liberdade para fazer ou não certos atos.
É uma forma de Pensar que não considera importante o fato do Homem estar cercado (e cerceado) por condições e circunstâncias – físicas, mentais, emocionais, espirituais – que influenciam (ou poderiam influenciar) as suas ações. Para os adeptos da Tendência, o Ser Humano pode “pairar ou flutuar” sobre todas as vicissitudes da vida e decidir apenas por sua vontade sobre como deve comportar-se. Contudo, já nesse ponto, surge uma questão de pode contrariar o Sistema e que versa sobre o questionamento a respeito do que é Certo e do que é Errado. Afinal, esses conceitos são relativos, mudando de acordo com a Cultura, a Época, as Circunstâncias etc.
Para alguns, no entanto, certos valores foram, são e serão sempre considerados errados; como, por exemplo, o ato de matar outro Homem. Mas é um pensamento falso, pois não são raros os soldados que matam e que por isso são considerados heróis. Poder-se-ia alegar que “matam para defender à Pátria”, mas isso remeterá para outras dúvidas: “o que é a Pátria?” “Não haveria outra maneira de resolver a questão?” etc. São questões que vão se encadeando e que não chegam a qualquer final claro e decisivo; pois como quase tudo, a Ética e os “valores sagrados” são meras convenções relativas.
Alegam ainda os críticos da Doutrina que se o “Livre Arbítrio” existe de fato, essa existência será sempre parcial e seus Valores tão mutáveis quanto forem as normas Sociais. Parcial, porque há que se respeitar o “Livre Arbítrio” do outro e, como já se disse, o poder de decisão estará sempre condicionado pelas circunstâncias. E mutáveis pelo simples fato de que o Homem adapta ao Mundo em que vive suas Convenções sobre o Certo e o Errado. Assim, a escravidão já foi “correta” e, hoje, é uma infâmia ultrajante.
Na Metafísica (ou no sobrenatural, ou além do Mundo Físico) o “Indeterminismo” significa que os acontecimentos ocorrem sem que exista uma Causa, um Motivo. Acontecem por acaso, aleatoriamente. E, exatamente por isso, não podem ser previstos e tampouco explicados, com base nas “Leis Cientificas” existentes na época do acontecido. Ademais são eventos contingentes; isto é, podem acontecer, ou não. Não são necessários, ou seja, não há qualquer necessidade real para que aconteçam. Tudo é incerto.
No Campo da Mecânica Quântica, o Físico HEISENBERG (CARL WERNER, 1901/1976, Alemanha) utilizou o vocábulo “Indeterminismo” para nomear o resultado de suas observações sobre a Impossibilidade de se medir, mensurar, com rigor cientifico, a trajetória de uma Partícula Sub Atômica, haja vista que também é impossível medir a sua velocidade e a sua posição. Essa falta de determinações claras, definidas passou a ser chamada de “PRINCIPIO da INCERTEZA” ou “DESIGUALDADE de HEISENBERG” e promoveu o questionamento e as dúvidas sobre a validade das noções que a Física Clássica tem acerca do Espaço e do Movimento.
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 4737 reads
other contents of fabiovillela
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Vagos | 0 | 3.136 | 08/21/2014 - 22:37 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte XI - A Ética baseada na Sabedoria | 0 | 5.661 | 08/20/2014 - 16:07 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte XI - A Ética baseada no Saber | 0 | 5.216 | 08/19/2014 - 16:33 | Portuguese | |
Poesia/Love | Habitas | 0 | 5.353 | 08/18/2014 - 14:41 | Portuguese | |
Prosas/Others | Pobres velhos... Tristes tempos... | 0 | 6.296 | 08/16/2014 - 22:32 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | A dor de Cesária | 0 | 2.055 | 08/16/2014 - 01:38 | Portuguese | |
Poesia/Love | As Histórias | 0 | 6.512 | 08/14/2014 - 16:54 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte X - Matéria e Mente | 0 | 4.901 | 08/14/2014 - 16:46 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Ana e Flávia | 0 | 2.010 | 08/13/2014 - 15:50 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte IX - Deus e a Natureza | 0 | 4.489 | 08/12/2014 - 23:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Os Pais | 0 | 3.188 | 08/10/2014 - 14:53 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VIII - A Ética - Livro III, IV e V - A Moral Geométrica | 0 | 5.849 | 08/10/2014 - 03:06 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VIII - Livro II (Da Mente) o Homem | 0 | 1.612 | 08/08/2014 - 15:41 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VI - A Ética - Preâmbulo e Livro I | 0 | 4.775 | 08/07/2014 - 15:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Saguão | 0 | 3.286 | 08/05/2014 - 16:35 | Portuguese | |
Prosas/Others | Jorge Luis Borges - O OUTRO - Resenha | 0 | 7.426 | 08/05/2014 - 15:40 | Portuguese | |
Poesia/Love | Demiurgo | 0 | 3.872 | 08/03/2014 - 16:43 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VI - O Progresso do Intelecto | 0 | 3.724 | 08/02/2014 - 22:06 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte V - Tratado sobre a Religião e o Estado | 0 | 7.005 | 08/01/2014 - 16:42 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte IV - após a expulsão | 0 | 7.448 | 07/30/2014 - 14:42 | Portuguese | |
Poesia/Love | Cristais | 0 | 3.184 | 07/29/2014 - 01:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Temporal | 0 | 5.419 | 07/26/2014 - 21:24 | Portuguese | |
Poesia/General | Livres | 0 | 3.953 | 07/26/2014 - 01:05 | Portuguese | |
Poesia/Love | Habitastes | 1 | 2.909 | 07/25/2014 - 23:49 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte II - A formação do jovem Baruch | 0 | 4.980 | 07/24/2014 - 16:08 | Portuguese |
Add comment