Distinto
Até sem palavras chateio.
Chateio também por ser chato
Com palavras também, até sendo também chato, chateio também.
Sem versos pensados, sem versos armados, sem versos...
Sem dizer a que vim, sem dizer, ainda dizendo sobre os dizeres sobre o que dizem dizerem...
Não há dúvidas! Não há resquício de um erro corrigido, nem borracha gasta sobre papel. Tampouco há papel a ser gasto sob borrachas a serem gastas... Pois sobrou de tudo o que não há, tudo o que há de ser e, tudo o que não há de ser também.
Também isto é chato.
Aquilo e aquele outro, com aquela, a mesma de sempre. E toda mania e, disfarce. E toda leitura de palavras em frases circulares, circunferencias fraseológicas de nada que há de ser, senão momento.
Peço-te (ou me) um momento.
Peço a quem passa um gesto de coexistencia, nem que seja passando os olhos sobre este texto ou, até na passagem das horas, um passeio programado como ponteiros ditando a finalidade de existirem para o ato de passarem a existencia passeando seus passeios programados.
Peço que pare um momento e fique ao meu lado.
Sei que estou certo acerca de mim sabendo nada de mim.
(Jogo charme - talvez cedas - sei um bocado de mim.)
Que tal conhecer-me?
Sou distinto, cavalheiro, bem apanhado e jogado por mim mesmo ao nada deste exato momento, com intenção de receber atenção e vencer meu egoísmo, sabendo que é bobagem - nunca deixarei de me por a frente de tudo o que há.
Já convenci minhas idéias textuais através de minhas idéias lúscidas: tudo é como deve ser, embora não seja como deva ser. Sendo como é, é a maneira de notar que importa. Na verdade, nem sei o que importa.
Posso dizer neste texto movido por idéias obscuras que o que importa é a importancia de ser como se deve ser, não sendo como o outro é.
Diz meu outro sujeito - o dono de idéias boas - que a liberdade de ser o que quiser que realmente importa.
Filtro palavras de um para o outro e o resultado é denso.
Preciso limpar meu filtro, filtrar meu vício. Preciso melhorar para continuar bom.
Sendo distindo, prefiro o silencio de toda idéia que me seja atribuida. Falo através deste epigrama ao coitado sufocado neste corpo: "fique aí, bem como estás" sem saber se ainda vive ou se está à espera do meu derradeiro adormecer.
Espero que ainda estejas ao meu lado.
Eu lembrei que há futuro. Sorri com a descoberta. Senti-me pronto a deixar este farelo sobre a escrivaninha, pegar o papel e apertá-lo contra as mãos, a fim de esquecer qualquer devaneio a ser doravante reprimido.
Lembrei que há luz a ser apagada, tecnologia a ser aprimorada, palavras em papéis de faz-de-conta a serem usadas.
Há Deus a ser lembrado. Não sei dizer dos lugares, apenas digo que há. O que não há também, também há de lembrar. Há (momento) de saber que há.
Deixe de lado o que não importa. Deixe-me ir, estando aqui.
Contentaria a minha incerteza com um abraço, nem que fosse funesto.
Desculpe. Sei que peço pesares sem pesar a vida.
Ousaria a perguntar-me se viveria contigo?
Nem é preciso. Acho que vivo.
Não sei qual idéia é a certa; perdi-me nos ideais. Sou o melhor estando longe, quando perto, exagero a idéia, monto idéias, finjo novas idéias, sendo um sujeito normal (até a medida em que me conheceres melhor - estando longe).
Tenho dormido pouco. Talvez pela falta de sono provocada pelo cansaço de não dormir bem. Estou cansado e, sendo educado, dispeço-me de ti (ou dispeço-te de mim).
Sabes, não notei o teu calor ao meu lado.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2667 reads
other contents of robsondesouza
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditación | Os sons | 1 | 850 | 06/26/2010 - 19:15 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Momento e palavras | 1 | 1.004 | 06/22/2010 - 15:53 | Portuguese | |
Poesia/General | Uma dose de esperança | 0 | 760 | 06/21/2010 - 21:18 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | CRISE | 3 | 918 | 06/08/2010 - 01:05 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Beijo lançado ao ar | 0 | 808 | 05/28/2010 - 20:07 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | O barco e o mar | 0 | 881 | 05/26/2010 - 19:19 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Quando a solidão insiste em ficar ao lado | 1 | 681 | 04/26/2010 - 02:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | E quando falta a inspiração, o que fazer? | 3 | 748 | 04/24/2010 - 13:04 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Rapidíssimo | 2 | 678 | 04/19/2010 - 15:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Poesia Autodestrutiva (Última parte) | 1 | 754 | 04/14/2010 - 04:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Poesia Autodestrutiva (2 ª parte) | 1 | 862 | 04/13/2010 - 20:46 | Portuguese | |
Poesia/General | Reverberações | 2 | 588 | 04/12/2010 - 17:24 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Poesia Autodestrutiva (1 ª parte) | 0 | 976 | 04/12/2010 - 16:52 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Voa vento na virada da vida | 5 | 664 | 04/12/2010 - 16:11 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Renovando os votos com a poesia | 1 | 714 | 04/10/2010 - 10:37 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Ataque de autocontrole | 4 | 810 | 04/06/2010 - 17:37 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Existe no meu caderno uma folha escrita em branco | 3 | 994 | 04/05/2010 - 18:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Desapercebi | 7 | 875 | 04/01/2010 - 18:46 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Não estou a dizer insignificâncias | 1 | 804 | 03/29/2010 - 17:10 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Certeza de um momento igual a outro qualquer | 3 | 910 | 03/28/2010 - 03:02 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Segredos a ti | 2 | 1.003 | 03/27/2010 - 18:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Espécie extinguida à continuidade | 2 | 859 | 03/27/2010 - 10:58 | Portuguese | |
Poesia/General | Serenata cantada na entrada de fora do amor | 2 | 615 | 03/26/2010 - 09:48 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Corpo atirado ao mar do desprezo | 9 | 974 | 03/25/2010 - 00:53 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Resta esta lembrança | 4 | 719 | 03/23/2010 - 16:20 | Portuguese |
- « primera
- ‹ anterior
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- siguiente ›
- última »
Add comment