O dia em que o Outono ficou quieto.

Perdi-te lá ao longe no revolteio das folhas,
ali sentada no banco de jardim,
inquieta pelo chicote do vento,
parecias mais fúria que mulher.
Procurei-te mais tarde,
na certeza de ter perdido uma parte de mim,
quando de novo o manto castanho te cobriu,
e o vento te levou da minúcia do meu ver.
Louco, louco..
avancei temeroso,
na esperança que o Outono ficasse quieto,
e me mostrasse o sorriso que quis ter.
Louco, louco..
senti a raiva do vento nervoso,
e um fio solto do teu cabelo senti,
enredando-me na saudade que vivi.
Louco, louco..
Como se fosse eu este vento,
levantado de um chão que ruiu,
e te enterrou num manto espesso de nervuras,
louco, como se um gesto sem intento,
fosse mais que uma vida inteira.
Quem dera esquecer eu estas agruras,
e cair quieto como no dia em que te vi.
Quem dera não mais ser louco desta maneira,
E me esquecer para sempre que te esqueci.

 

Casimiro Teixeira

Submited by

Jueves, Enero 5, 2012 - 10:58

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

neomiro

Imagen de neomiro
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 11 años 50 semanas
Integró: 02/13/2011
Posts:
Points: 550

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of neomiro

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor o meu amor é uma Camélia 0 652 02/22/2011 - 17:34 Portuguese
Poesia/Amor O Beijo 0 768 02/22/2011 - 17:31 Portuguese
Poesia/Pensamientos O que é um sonho? 0 684 02/22/2011 - 17:30 Portuguese
Poesia/Meditación A minha presença 0 882 02/22/2011 - 17:29 Portuguese
Poesia/Desilusión A Tristeza 0 587 02/22/2011 - 17:27 Portuguese