A lógica do medo
Ao assitir a 1408, com John Cusack e Samuel L.Jackson, baseado em conto de Stephen King, vamos, pouco a pouco, mergulhando em um mundo onde a lógica racional que conhecemos inexiste e apenas uma lógica funciona: a lógica do medo absoluto, onde uma pessoa se confronta com forças além do seu entendimento. John Cusack é Mike Enslin, escritor cético que se dedica a provar que não existem assombrações ou almas e que há uma explicação racional para todos os fenômenos aparentemente inexplicáveis. Um dia, recebe um estranho bilhete aconselhando-o a não se hospedar no quarto de n.º 1408, no Hotel Dolphin, e resolve conhecer o local. Indo ao hotel, é informado pelo gerente, Olin, de que o quarto é maligno e que tem um histórico de tragédias.
Porém, nada disso convence o arrogante Enslin a desistir de passar uma noite no quarto e Olin, relutantemente, cede. Ao se fechar no quarto, Enslin está convencido de que será apenas uma noite como todas as outras passadas em lugares supostamente assombrados por entidades e que, depois, escreverá um livro sobre como decifrou o enigma do quarto.Mas, devagar, o cético escritor vai se deparando com acontecimentos inexplicáveis, que sua lógica não compreende e tenta se apoiar nas teorias racionais que conhece, acreditando que seja uma armação do Olin para assustá-lo.
Enquanto tenta entender o que está lhe acontecendo, Enslin começa a sofrer de puro pavor, por estar enfrentando o que não pode controlar. É fantástica a interpretação de John Cusack, que passa da autoconfiança absoluta ao medo total e à angústia. Samuel L.Jackson também está soberbo como o enigmático gerente do sinistro hotel.
À medida que o tempo passa, Enslin vai tendo visões dolorosas do seu passado, relembrando todas lembranças da qual foge: sua família, a filha morta, o difícil relacionamento com o pai e o resultado é que o homem prático vai dando lugar a uma pessoa acuada e cheia de medo de se confrontar com velhas dores. Ele também vai vendo os espectros das antigas tragédias ocorridas no local e, enquanto luta para sobreviver, ele se pergunta se o quarto realmente é assombrado, se está louco ou sonhando.
Num determinado momento, ele chega a pensar que nunca esteve no quarto e apenas sonhou que havia ido ao local mas, depois, vê-se novamente preso no quarto amaldiçoado e não entende mais o que está realmente acontecendo, perguntando-se se não está preso em um mundo que segue uma lógica própria, diversa de tudo aquilo que conhece. Será o quarto a porta de entrada para um mundo paralelo, que segue regras diferentes da do nosso, ou apenas o delírio de um homem que, atrás da fachada de pessoa arrogante esconde alguém que tem fugido de seu passado? Se repararmos bem e somarmos os algarismos que compõem o número do quarto, veremos que a soma é o número treze, que muitos acreditam que dá azar. E é sabido que muitos hotéis não têm o 13.º andar ou quartos com esse número.
Perto do fim do filme, Enslin decide que, seja o que for que rege o quarto, ele irá destruir e resolve pôr fogo no lugar, falando que, se ele tiver que morrer, destruirá o quarto com ele. O fogo, nesse aspecto, tem uma ação purificadora, sugerindo que ele está limpando o lugar, exterminando as energias maléficas que o controlam. Uma cena muito sugestiva é a em que Olin está sentado em seu escritório, bebendo um uísque enquanto Enslin contempla o fogo se espalhando e as pessoas fogem, dizendo: Bom trabalho, Enslin. Sugere-se que ele aprova o ato de Enslin de destruir o quarto.
O final nos deixa mais intrigados: qual será o fim de Enslin? Ele resolverá o enigma do quarto? Assistamos ao filme para elucidarmos esta intrigante história.
Submited by
Críticas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 5106 reads
other contents of Atenéia
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditación | A alma do poeta | 0 | 2.712 | 08/16/2015 - 18:02 | Portuguese | |
Prosas/Terror | A casa perto da estrada | 1 | 3.837 | 06/16/2014 - 02:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | A coruja | 0 | 2.193 | 04/25/2013 - 13:49 | Portuguese | |
Poesia/General | A força em nós | 1 | 2.098 | 06/24/2014 - 18:58 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | A ilusão da paixão | 0 | 2.227 | 08/16/2016 - 12:50 | Portuguese | |
Críticas/Cine | A inevitável comparação | 1 | 3.213 | 04/10/2011 - 05:29 | Portuguese | |
Poesia/Amistad | A little about you | 0 | 4.019 | 12/21/2012 - 11:55 | Inglés | |
Poesia/Amistad | A little about you | 0 | 4.661 | 12/21/2012 - 11:55 | Inglés | |
Críticas/Cine | A lógica do medo | 0 | 5.106 | 10/16/2012 - 13:49 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | A morte de Sofia 1. ª parte | 0 | 2.013 | 02/06/2015 - 13:14 | Portuguese | |
Prosas/Tristeza | A morte de Sofia 2.ª parte | 0 | 2.767 | 02/10/2015 - 12:42 | Portuguese | |
Prosas/Tristeza | A morte de Sofia 3.ª parte | 0 | 2.203 | 03/11/2015 - 14:00 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | A mulher do quadro | 0 | 2.170 | 08/17/2014 - 12:19 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | A musa da tristeza | 0 | 2.171 | 10/09/2014 - 13:49 | Portuguese | |
Críticas/Cine | A princesa rebelde | 0 | 2.667 | 08/12/2012 - 09:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | A qualquer momento | 0 | 2.071 | 08/28/2014 - 13:28 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | A questão da existência | 0 | 2.284 | 07/22/2013 - 18:45 | Portuguese | |
Críticas/Cine | A reumanização da Fera | 0 | 3.534 | 01/26/2014 - 18:59 | Portuguese | |
Críticas/Libros | A sedução de Carmilla | 0 | 3.288 | 05/01/2015 - 09:20 | Portuguese | |
Poesia/Gótico | A velha do saco de ossos | 0 | 4.541 | 11/23/2016 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | A verdade | 0 | 2.265 | 12/08/2015 - 13:44 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | A vida seria mais fácil? | 0 | 1.862 | 06/26/2015 - 13:29 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Acabou o tempo | 0 | 2.087 | 12/02/2015 - 19:36 | Portuguese | |
Poesia/General | Afasta-te | 0 | 2.104 | 10/04/2016 - 13:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Again | 0 | 2.557 | 11/24/2013 - 00:30 | Inglés |
Add comment