AVES-NAVES
Férreas naus singram os mares no céu.
Céleres migram as aves, já é tarde.
A lua se expõe ao cair deste véu
de silente penumbra, que vem sem alarde.
Céleres migram as aves, já é tarde.
A lua se expõe ao cair deste véu
de silente penumbra, que vem sem alarde.
É a noite que surge avisando o universo:
Sou negra e sou forte cá neste planeta.
Vim trazer à tona o que está submerso.
Avise meus anjos, que soe a trombeta.
O universo extático frente a visão
conta aves-naves, sem entendimento.
Simbiose que turva sua compreensão
alígera, levada em secreto no vento.
As aves se vão e encontram um cais,
e pondo seus ovos iniciam o regresso.
As naves sem ninhos não voltarão mais,
tragadas no fosso, do universo no avesso.
Navezinhas, aos milhares à luz do arrebol,
são pintos das naves, que as aves chocaram.
Tais quais estrelinhas, florinhas de escol;
e aves e naves o universo enganaram.
J.Thamiel (Parnasiano)
13.05.16
Submited by
Domingo, Mayo 15, 2016 - 00:59
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