Finjo compreender os outros …
Finjo compreender os outros
Sobretudo os mortos, minha memória
Tanto faz lembrarem quando me for,
Se nada fiz de bom a ninguém,
Nem a mim tampouco, indiferente
Ao circo, a indiferença é um cinzel
Que me iguala aos outros nos cantos,
Reduz arestas, sobretudo aos mortos
Das campas rasas como estas daqui,
chuva é detergente, erva não cresce,
Finjo entender dos outros sobretudo
A poesia, não faço parte do publico
Fraudulento estragado, não me apraz
Ser enterrado no vão de um buraco
Feito no chão, igual aos outros mortos,
Aos quais o inútil não destrói, a mim
Me dói tanto que me transforma em
Lívido, eu que era do tom das alvoradas,
De total silencio, de quando tudo é mudo,
Finjo compreender os outros qb,
Sobretudo os mortos da praça Camões,
Do numero dez em diante, incenso branco
Sentimento de culto, Pascoaes,
Finjo compreender nos outros,
O comum comigo no exterior,
Olhos e ouvidos, o resto são males de sono,
Tão brancos, breves quanto alucinações
De louco, fujo de compreender isso
Quase tudo, sobretudo nos poetas mortos
Despidos da matéria, sonho o absoluto
Em quadrantes de sombra e lua,
Imortal a poeira antes de ser ouro puro,
Tudo o resto males e marés de esforço,
Olhos e ouvidos comuns a um umbigo
Dos outros comigo…
Finjo compreender outros, esses.
Joel Matos (09/2017)
http://joel-matos.blogspot.com
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