Filhos do não

Ainda que, nos ombros suportem a Terra,
Os milénios e durem meros minutos ateus,
E, tão de noite seja, que de manhã nem descora,
O tinto vinho, da taça despejada de Deus.

E os réus, os que Te servem frio e morto,
E se comportam como filhos do não,
Condenados a partilhar de golpes no rosto,
Dum Cristo, a náusea e a nua paixão.

Ainda que pese sobre as Tuas costas,
Esta Terra cinzenta e estreita,
Ainda que homens ajam como bestas,
Ou feras cativas, sempre à espreita,

E os venenos destilados em taças,
Sirvam de ampulhetas dos restos do tempo,
Ainda que seja absurdo que sofras,
E voltes a assentar a cabeça, no herdado cepo

E a apodrecer no jazigo raso dos soldados gregos,
O silêncio do cosmonauta cantará nos teus ombros,
Até doerem os címbalos  outrora surdos,

E a luz de muitos sóis, perdurará nas pálpebras fechadas
Ainda que encerres os teus deuses dementes,
Longe das manhãs breves e nas tardes luzentes.

Jorge Santos
(02/2011)
http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Lunes, Marzo 5, 2018 - 17:37

Ministério da Poesia :

Su voto: Nada Promedio: 5 (1 vote)

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 22 semanas 22 horas
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comentarios

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

Ainda que pese sobre as Tuas

Ainda que pese sobre as Tuas costas,
Esta Terra cinzenta e estreita,
Ainda que homens ajam como bestas,
Ou feras cativas, sempre à espreita,

E os venenos destilados em taças,
Sirvam de ampulhetas dos restos do tempo,

Imagen de Joel

Ainda que pese sobre as Tuas

Ainda que pese sobre as Tuas costas,
Esta Terra cinzenta e estreita,
Ainda que homens ajam como bestas,
Ou feras cativas, sempre à espreita,

E os venenos destilados em taças,
Sirvam de ampulhetas dos restos do tempo,

Imagen de Joel

Ainda que pese sobre as Tuas

Ainda que pese sobre as Tuas costas,
Esta Terra cinzenta e estreita,
Ainda que homens ajam como bestas,
Ou feras cativas, sempre à espreita,

E os venenos destilados em taças,
Sirvam de ampulhetas dos restos do tempo,

Imagen de Joel

Ainda que pese sobre as Tuas

Ainda que pese sobre as Tuas costas,
Esta Terra cinzenta e estreita,
Ainda que homens ajam como bestas,
Ou feras cativas, sempre à espreita,

E os venenos destilados em taças,
Sirvam de ampulhetas dos restos do tempo,

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Ministério da Poesia/General Minha voz não vê … 232 32.841 05/22/2019 - 19:48 Portuguese
Ministério da Poesia/General (Ouçam-me, pra que eu possa…) 123 8.607 05/22/2019 - 15:34 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sou um homem complicado… 156 9.054 05/22/2019 - 09:22 Portuguese
Ministério da Poesia/General Aos pássaros acresce o voar 112 7.876 05/22/2019 - 09:18 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tão livre quanto prisioneiro… 388 14.645 05/22/2019 - 09:03 Portuguese
Poesia/General Nada tenho pra dizer ... 285 12.799 05/18/2019 - 16:54 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tudo isso me dói e odeio… 124 9.381 05/17/2019 - 12:42 Portuguese
Ministério da Poesia/General Governador de mim… 416 15.671 05/16/2019 - 15:46 Portuguese
Ministério da Poesia/General Atrás de mim Gigantes 200 12.569 05/16/2019 - 11:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General Qual viagem… 390 13.188 05/11/2019 - 16:37 Portuguese
Poesia/General Morto vivo eu já sou … 496 44.112 05/09/2019 - 11:06 Portuguese
Poesia/General Tesoureiros da luz, 677 26.560 05/09/2019 - 10:59 Portuguese
Ministério da Poesia/General Na extrema qu’esta minh’alma possui. 156 23.526 04/24/2019 - 20:03 Portuguese
Ministério da Poesia/General Como rei deposto numa nação de rosas ... 266 20.449 04/23/2019 - 09:37 Portuguese
Ministério da Poesia/General Por amor ao meu país… 230 12.407 04/23/2019 - 09:05 Portuguese
Ministério da Poesia/General Posso soltar as asas… 330 14.556 04/14/2019 - 19:58 Portuguese
Ministério da Poesia/General Frágil 353 16.803 04/14/2019 - 19:53 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Cavaleiro da Dinamarca. 780 33.974 04/14/2019 - 19:52 Portuguese
Poesia/General (Vive la France) 465 18.507 04/14/2019 - 19:48 Portuguese
Ministério da Poesia/General Calmo 332 44.955 04/14/2019 - 19:46 Portuguese
Poesia/General A ilusão do Salmão ... 544 227.125 04/14/2019 - 19:45 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sofro por não ter falta , 612 26.139 04/13/2019 - 11:39 Portuguese
Ministério da Poesia/General Ridículo q.b. 509 10.027 04/12/2019 - 16:22 Portuguese
Ministério da Poesia/General À dimensão do horto … 347 43.794 04/11/2019 - 09:45 Portuguese
Ministério da Poesia/General Trago em mim dentro 771 45.748 04/10/2019 - 10:53 Portuguese