Cleópatra narcisista

Não existe nada melhor
Do que a embriaguez...
Entorpecer-me em mim mesma,
Comigo mesma...
Minha melhor amiga...
Minha companheira.
Ás vezes brigo comigo.
Ás vezes rio de mim.
Saio na velocidade mais alta,
Que meus pés podem alcançar...
Só para ver se não posso mais me escutar.
É tão engraçado dançar na sala vazia,
Sozinha...
E olhar no espelho e me beijar,
Ficar com tesão e depois...
Eu e eu...
Duas sintonias captadas pelo mesmo rádio.
É tão bom beber comigo.
Mas o melhor de tudo.
De tudo, tudo mesmo.
É acordar comigo.
Mas agora chega!
Agora eu vou mudar!
Quero ser uma bêbada solitária...
Que se embriaga nela mesma...
Que pica seu próprio seio...
E morre de seu veneno...
De seu próprio,
Amor.