o meu palco

Sou por ti todo o sorriso
E por ti cada lágrima
Que já não vive
Que já não corre,
Como fonte condenada
Sofro pelos meus actos
E se nos teus braços não estou
Não sei mais o meu rumo.

E sou a máscara
Da felicidade fingida que me alimenta
Que sustenta cada queda
Cada ferida aberta,
Sei ser mais do que aparento
Faço de ti todo o meu alento.
Mas o teatro acaba
A cortina fecha
E os artistas também morrem,
A saudade volta
E cobre-me de negro
É cinzenta a cama em que me deito
É voraz a vida que levo sem ninguém
Que caminhe do meu lado.

E em ti prometo morrer
Cair todas as vezes que perder o teu sorriso
Que me invadir a falta de ti,
Tranquei o coração
Para não sentir mais
Para não trocar o meu rumo por impulsos,
E à alma imploro misericórdia
Para me lembrar de mim
De viver
De correr pelo mundo lá fora
Por trás da cortina do palco
Desse onde reino
Onde tu me observas imune.

A máscara sou só eu
Que finjo todo o que sou
Cada passo que dou.