era uma vez...

Era uma vez um dia distante
Em que o Sol se acendia em todas as manhãs
Ano após ano, ao alcance da minha mão - Tu estavas ali.
(mão fechada para ti)

De costas voltadas à janela do nosso quarto
Eu só via sombras porque queria ver sombras
Porque o Sol me cegava
(a sombra era eu, nada me bastava)

Sentia-te perto, presente, constante
Todos os momentos
Vivias comigo em de cada canção
Mas eu não te via - e tu a mim? (talvez não)

A vida levou-te para o lado do mar
(Esperava por ti?)
Já não havia sombras, nem havia Sol,
Deixou de existir
A janela do nosso quarto.
Minhas mãos vazias, meu mundo vazio.

Transformei-me em estrela, para que entendesses,
Tão longe que estavas, (se te apercebesses…),
Dizia que não, não precisava de ti.
(Para que lutasses)
para te afastar.

Um dia o teu amor
Deixou de me procurar
E o mar invadiu-me
Os olhos e as mãos
Era a tua estrela, cada vez mais distante,
(não querias voltar)

Desisti de ti,
Enterrei-nos a nós
Nosso amor por cumprir
Anos e dias e meses e anos
Ao som da tua voz
A sentir-te chegar

E o destino que te levou, fez a vida continuar
Ligados para sempre, para sempre separados
E o tempo que corre, passou tão depressa,
(passa devagar...)

Eras tu ao meu lado, no princípio dos tempos
Ias buscar-me à escola (crianças felizes).
E hoje o meu vestido branco eternamente guardado,
São só cicatrizes,
É a ferida aberta, para sempre a sangrar.

Escondo-me na felicidade que projecto
Desejo-te a felicidade, que não desejo (no fim))
Aprendi à força a viver sem ti,
Tão longe de ti, tão longe de mim.