Poesia Autodestrutiva (2 ª parte)

Qual o sabor escondido no não vivido?

Parece-me que há um freio neste instante empurrando-me para o abismo da paralisia

Agora é calmaria: barco que segue ao desconhecido programa de viagem...

Autopiedade exacerbada

Qual a direção da pessoa que diz amar-me?

Vi na transparência da brisa a razão de existir

Quando cantei uma música tosca, cantei a mim e fiz-me acompanhado por uma voz emprestada ao desencanto com o mundo

Desnudei-me sob o manto abafado; regozijei-me
Estampei na expressão sem dentes a alegria inventada
Inventei-me à escuridão por baixo das peles do meu corpo
Tranquei a entrada do calabouço e firmei minha morada

Ó amada minha, venha atrás deste novo verme e ascenda-o a velho homem
Exteriorize o que dizes ser o desejo do beijo em mim
Alimente-me com a tua carne e tempere-a ao teu gosto

Ó amada minha, não permitas que teu escravo morra
Mate por mim todos os leões prometidos ao deleite do público
Vingue-nos através da tua posição e termine nosso plano
Resgate-me a leve-me sobre teu cavalo para além das montanhas, naquele barco a espera de nossa felicidade...

Delírios, diagramas corrompidos, dimensões cardíacas comprometidas...

Ruídos, rumos descobertos, resplandecência a jazer no escuro d'almas...

Estou aqui, sob o frio, faminto e febril
A delirar naquelas tuas ondas das nossas madeixas...

Deixe-me... fico bem aqui

Submited by

Lunes, Abril 12, 2010 - 19:00

Poesia :

Sin votos aún

robsondesouza

Imagen de robsondesouza
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 5 años 26 semanas
Integró: 01/08/2010
Posts:
Points: 998

Comentarios

Imagen de Anonymous

Re: Poesia Autodestrutiva (2 ª parte)

Tenho-te lido neste teus últimos textos e encontrado
o teu lado mais intrigante.
A tua poesia é muito boa. Eu gosto.
A qualquer momento de desanimo, respondemos com
a pujança de quem se quer exorcizar nas palavras que saem da alma.
Um abraço Robson
Vóny Ferreira

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of robsondesouza

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación Até anteontem hoje era depois de amanhã 2 820 03/22/2010 - 18:04 Portuguese
Poesia/General A volta do vazio 3 914 03/19/2010 - 14:43 Portuguese
Poesia/Meditación O motor 2 885 03/18/2010 - 17:23 Portuguese
Poesia/Meditación Calafrios 4 815 03/18/2010 - 14:15 Portuguese
Poesia/General Ainda não tenho o por quê mas, quero descrever-me 4 858 03/17/2010 - 15:02 Portuguese
Poesia/General Prelúdio ao tripúdio 5 857 03/17/2010 - 14:31 Portuguese
Poesia/Pensamientos O poema cujo título não existe 1 1.033 03/16/2010 - 19:30 Portuguese
Poesia/General Afinal, hoje é o dia da Poesia?? 3 872 03/15/2010 - 23:59 Portuguese
Poesia/Tristeza Triangulações 6 811 03/12/2010 - 12:45 Portuguese
Poesia/Meditación Preciso de ti 3 825 03/11/2010 - 20:49 Portuguese
Poesia/Aforismo Elas 2 1.014 03/09/2010 - 17:36 Portuguese
Poesia/Meditación Salto 3 933 03/08/2010 - 02:02 Portuguese
Prosas/Pensamientos Quando meus escritos deixam de ser meus 1 1.200 03/07/2010 - 02:00 Portuguese
Poesia/General Estereótipos 3 730 03/06/2010 - 13:56 Portuguese
Poesia/Aforismo Resolução 7 1.113 03/06/2010 - 03:08 Portuguese
Poesia/General Ferocidade 2 875 03/05/2010 - 03:02 Portuguese
Poesia/Dedicada "O inferno do poeta" (desafio poético) 5 1.062 03/03/2010 - 20:33 Portuguese
Poesia/General Audaz 2 849 03/03/2010 - 20:32 Portuguese
Prosas/Pensamientos Manifesto Autocrítico 3 866 03/01/2010 - 21:32 Portuguese
Poesia/Tristeza Um verso que falo 3 903 02/27/2010 - 04:29 Portuguese
Poesia/Desilusión Luzes... Camaradas... Depressão! 4 622 02/27/2010 - 03:25 Portuguese
Poesia/Meditación Tarde na praia 4 705 02/24/2010 - 19:49 Portuguese
Poesia/Tristeza Através da escuridão 4 807 02/24/2010 - 13:37 Portuguese
Poesia/Soneto Vinho tinto 1 791 02/23/2010 - 23:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Ás de Ases, Copas: A negação 2 1.163 02/22/2010 - 14:29 Portuguese