Nada

Glup… sentia na sua garganta seca em quando esperava o nada que teimava em não vir, apenas isso que queria, nada, mais nada, apenas que conseguisse pensar em nada mas mesmo quando se aproximava disso vinha sempre algo ao pensamento, seja o que fosse, nem que fosse… consegui pensar em nada… e continuava, continuava com seu relaxamento tentando, incansavelmente tentando, não que isso cansasse, não cansava, que dizer… cansar até cansava mas cansava menos do que lembrar daqueles dias… sim aqueles que o sol brilhava em sua vida por meio de um milhão de nuvens, continuava, continuava a tentar pensar em nada… caminhando em passos curtos… para frente e para traz, repetitivamente, mas… um cheiro… bastava um ligeiro aroma seja lá isso o que fosse, nem que o aroma fosse um cabelo negro, como o dela, bastava isso e tudo voltava, ele… só queria nada… um pouco de nada em sua vida, um momento que conseguisse não pensar, mas… aquela porta azul não o deixava, não o largava, aquela porta azul mesmo agora pintada de vermelho fazia-lhe lembras aqueles dias, aqueles dias em que ela com carinho lhe olhava, acariciava sua cara lava e sorria com uma lágrima a escorrer pelo rosto, agora nada, apenas queria nada, mas aquela casa, a sua, não deixava, aquela peça de cristal que já estivera em cima da mesa da sala com uma flor já não existia, não existia nada, a não ser aquilo que não saia da sua cabeça por nada, aquele dia, aquelas palavras, aquele adeus ríspido duro e bruto quando ele julgara que era dono do mundo, esquecendo que ela era o seu mundo, seu mundo era ela e sem ela ele estava morto na vida apenas, a viver pelas embalagens de vinho, na continua bebedeira pois apenas essa calava a voz da consciência que lhe atormentava e lhe torturava, continuamente, constantemente, repetitivamente.

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Lunes, Mayo 19, 2008 - 18:06

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Re: Nada

Um cosmos bem pontilhado com a estrela e fado de muitos: Quando temos as coisas por certo, facilitamos na soberba e na ilusão do comando... e as tropas desertam... Um general de poder oco e erguido em pântano de presunção.
Janela aberta às vidas.

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