O senhor do Dodge cinzento - RIP
Estava um belo dia de sol. Um convite ao passeio.
O saltitar dos primeiros piscos salpicava-nos com as últimas gotas de orvalho, já o vapor subia da erva. Dois melros roubavam migalhas caídas, ou então eram sementes.
Preparámos as coisas e arrancámos. Desde manhã que tinha a estranha sensação de que alguma coisa não iria correr bem. Há que não pensar no pior, dizia ela. As crianças, essas estavam muito entusiasmadas com o passeio. Pulavam, saltitavam, sei lá...era o seu dia de passeio.
'mor, baixa um bocadinho o som, dizia ela enquanto nos fazíamos à estrada. O alcatrão estava seco, com boa aderência, portanto - um convite ao passeio e à aventura na estrada. Andámos que nem uns perdidos, apanhámos sol, brincámos, rimos e sei lá que mais...era o nosso dia de passeio. A euforia não se libertou de nós até que no regresso decidimos tirar umas boas fotografias, na estrada, literalmente. Na estrada...
Desliga o flash, dizia ela.
E foi assim que tudo aconteceu.
Aproveito para endereçar as nossas condolências à família do Sr. do Dodge cinzento.
Rapazes, o vosso pai era bom e gostava muito de vocês mas...
encandeava-se muito facilmente.
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1933 reads
Add comment
other contents of Conchinha
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusión | 1 de Setembro de 2009 | 5 | 1.313 | 09/04/2009 - 09:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Arcturus | 3 | 1.430 | 08/28/2009 - 21:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Sol poente | 5 | 986 | 08/27/2009 - 12:08 | Portuguese | |
Poesia/General | A chaminé | 5 | 1.198 | 08/18/2009 - 16:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Coisas que não rimam…e outras | 6 | 1.425 | 08/18/2009 - 16:33 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | Fui poema | 8 | 1.239 | 08/12/2009 - 20:58 | Portuguese | |
Poesia/General | A minha rua | 4 | 1.056 | 07/31/2009 - 01:23 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Figueira | 4 | 916 | 07/31/2009 - 01:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Do sofá, ou o ciclo da dúvida existencial | 12 | 910 | 07/29/2009 - 20:02 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Conquista-mor | 7 | 963 | 07/28/2009 - 10:50 | Portuguese | |
Poesia/General | Luso, não Lusíada | 5 | 821 | 07/28/2009 - 10:17 | Portuguese | |
Poesia/General | Flor do vinho | 10 | 1.138 | 07/23/2009 - 00:03 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Existes? | 6 | 708 | 07/22/2009 - 23:43 | Portuguese | |
Poesia/General | Por uma noite de amor | 19 | 1.201 | 07/22/2009 - 23:25 | Portuguese | |
Poesia/General | Partir, Soneto-e-um-verso | 10 | 941 | 07/22/2009 - 12:35 | Portuguese | |
Poesia/General | Aisthésis | 20 | 1.199 | 07/21/2009 - 19:29 | Portuguese | |
Poesia/General | Do chão seguro, Soneto-e-um-verso | 5 | 1.174 | 07/19/2009 - 04:33 | Portuguese | |
Poesia/General | Nortada, Soneto-e-um-verso | 16 | 947 | 07/16/2009 - 22:14 | Portuguese | |
Poesia/General | Biologia do poema da criança que chora | 6 | 959 | 07/13/2009 - 22:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Vou | 10 | 771 | 07/12/2009 - 22:53 | Portuguese | |
Poesia/Amistad | O concurso | 14 | 1.046 | 07/09/2009 - 21:55 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Sem ti | 12 | 1.187 | 07/06/2009 - 22:26 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Poetas do futuro | 14 | 969 | 07/06/2009 - 22:23 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Hoje matei um poema | 19 | 1.295 | 07/05/2009 - 23:40 | Portuguese | |
Poesia/General | Um brilho na favela | 6 | 1.055 | 07/05/2009 - 23:37 | Portuguese |
Comentarios
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIP
Macabro... mas não pude deixar de me rir (não de malícia, note-se), mas porque estava à espera de um final óbvio ou até de um "não-final".
Surpreendente.
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIPp/AlexandraMCosta
Também gostei de criar a história.
bjo e obrigado
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIP
Gostei do seu testo, e acho que entendi sua mensagem.Vou tentar construr apartir dai. Ela dizia desliga o flash, da máquina fotografica, voce não obedeceu e flash da máquina ofuscou a visão do Sr. do Dodge cinzento e Ele, não vendo por onde ia, caiu ribanceira abaixo, no pricipício vindo a falecer.Se eu disser que ele pegou fogo com o flash vira comédia e não terror.
Parabéns gostei da sua proposta de testo, a imaginação voa solta no terreno de nossa mente, pode-se construir uma trajegia, um terror e uma comédia.
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIPp/marialds
Obrigado pelo comentário.
Gostei muito que tivesse recriado sobre o mesmo.
Confesso que cometi um erro:
Tive o cuidado de procurar um carro que fosse pouco frequente em Portugal, para evitar ao máximo a infeliz coincidência de "acertar" em alguma família desgostosa.
Hoje, vejo muitos artistas brasileiros por aqui e não sei se o Dodge é um carro comercial no Brasil...
bjo
bjo
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIPp/marialds
Tive um dodge pollara ano 1978, por dez anos, os vidros do parabriza eram grosso e defletiam muito a luz.Foi em um momento que se estavam implantando, faroletes de milha nos carros aqui no Brasil.Ora e momento escorregavamos para um lado ou outro até numa ribanceira fomos para, pois o motorista que vinha na mão contrária usava luz alta.Por isto sua estória me lembro o episódio.
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIPp/marialds
Não acredito.
Mas fico na dúvida...
:-o
bjo
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIP
Re: O senhor do Dodge cinzento - RIP
É. A idéia deste texto, como das outras prosas, foi deixar espaço para alguma construção pelo leitor.
Não sei se resultou, mas entretanto virei-me mais para a poesia.
bjs