Tenho a mania que escrevo umas merdas

E se uma janela fechada falasse tão alto que a paisagem precisasse de mudar de poiso, o chilreio dos pássaros fosse feito de uma só nota e a clave disso fosse um sorriso.
Só um sorriso.
Que seria das andorinhas sem beiral, que seria dos sem abrigo dos sentidos, das que se embrulham de pétalas como se fossem rosas, que se vestem de veludos nas prosas?
Que seria dos sem estudos.
Só um sorriso não bastaria, mesmo que os maxilares sem diafragma estoirassem perdidos, mesmo que o latir do cão não pedisse osso, mesmo que o cerne disso fosse quase todos os tudos.
Que seria de mim sem aquilo que ainda não disse, que seria de mim se vos pedisse isso.
Que seria do fio sem as pontas, do sexo sem o preservativo, do sexo sem um sentido, se em cada uma das coisas com que aqui me digo me fio?
E se o cão não latisse, deixaria de ser belo o despertar?
Tenho dúvidas mas não as ouso pronunciar. De um mimo que me faça cócegas no sexo, que pelos pêlos me erice e me mime no que digo, eu preciso!
E se tenho a mania que escrevo umas merdas, resta-me então sorrir, mesmo que para isso tenha que reinventar o sorriso no quase nada que aqui disse.

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Viernes, Enero 9, 2009 - 02:42

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