A lenda de Enoah - Capitulo 2

O sol já se despedia do Reino Mitico de Ishtfall,quando a rainha Latvéria, recolhida aos seus aposentos, meditava na insistência do seu marido Leopoldo II, pretender tomar posse de uma aldeã das montanhas.
Ela tinha-a escolhida para aia do palácio e de subito, o soberano, que nunca se intrometia nas suas escolhas, desviava-a para o seu Harém.
Leopoldo II, sempre habituara o reino às mais excêntricas loucuras, e por ter vencido a batalha com o reino de Orgutt, e trazido a paz às Terras de Hanssen, o Povo desculpava-lhe tudo. Mesmo o facto de a descendência Real, poder provir de uma das suas "protegidas", dada a incapacidade da rainha de ter filhos.
O que preocupava fundamentalmente Latvéria, era a ascendência dessa infeliz das montanhas.
Nada de concreto e sólido se sabia dela e o seu passado fascinava a rainha. Não sendo bonita, dificilmente seria a escolhida pelo Rei no Solesticio de Primavera, para ser a barriga de aluguer do Reino.
Mas, e se fosse escolhida? O povo das Montanhas sempre vivera isolado do reino. Eram gente rude, sem escrúpulos e que recusavam obediência a Leopoldo II.
Não apresentavam qualquer perigo de revolta, mas viviam obcecados nas minas de carvão.
Por serviços prestados de seu Pai, o unico ser das montanhas que interviu no exército, foi-lhe dada a permissão de circular no reino, mas mesmo assim....era uma estranha.
Quanto mais meditava, mais a ânsia e a duvida ocupavam a sua mente e inquietavam o seu coração. De subito ergueu-se e tomou uma decisão. Em passos certos, abriu as portas dos seus aposentos e convocou o Padre Gambinus à sua presença.
Vlad Gambinus era o Conselheiro dos Deuses, idolatrado pelo povo, após ter ordenado aos céus o diluvio, que finalizou a contenda. Felizes por serem protegidos pelos Deuses, o Povo de Ishtfall, converteu-se á palavra de Gambinus.
Não demorou muito tempo até Gambinus surgir expectante, diante da rainha.
Em silêncio ela fechou a porta, ordenando ás suas aias de honor que os deixassem sós, e prontamente atirou:
-Sabeis das intenções de Leopoldo, em trazer uma natural das montanhas para o Palácio?
-Das Montanhas? Desconheço.
-Sim. Uma tal de Enoah.
-Conheço-a. Que funções vai ocupar?
-Não vem para trabalhar. Ao que cuidei, será uma das Mocidas.
Gambinus assumiu um ar de verdadeiro espanto, e olhando a rainha fixamente, como se certificando que era verdade, confidenciou:
-Isso não deve ser possivel. O Povo da Montanha é ateu. Os Deusses não os reconhecem.
-Pois sim, mas o Rei reconhece essa...
-Espero que vos tenhais oposto!
-Não, nada proferi. Já me basta saber que o Rei se diverte com elas.
-Falarei com ele. Evitarei esse erro. Quando ela virá?
-Hoje á noite. Na hora do pássaro negro.
-O tempo urge, irei agora á sua presença!
Num passo acelarado, com o manto vermelho a esvoaçar-lhe sobre os seus ombros, Gambinus dirigiu-se aos aposentos do Rei.
Sempre lhe causara confusão, esta noção de quartos separados, mas sempre percebeu que seria a unica solução para que a rainha mão assistisse às manifestações sexuais do Rei.
De qualquer forma este recente plano do rei, apavorava-o. Só podia estar sob influencia da conspiração maligna, ter escolhido alguem assim, das Montanhas. Na certa que o rei teria um plano secreto qualquer.Ele pelo menos, orava aos Deuses, baixinho, para que assim fosse.
Para sua surpresa, ao entrar nos aposentos do Rei, viu que ele acabava de tomar banho e era vestido a rigor. O mesmo traje que usava para escolher uma Mocida.
Alarmado, não perdeu tempo com formalidades:
-Majestade, preciso de vos falar!
-Meu bom Gambinus, precisava de vos ver, ainda bem que veio.
-Majestade, é urgente o que tenho para vos comunicar.
-Verdade? De que se trata?
-Os Deuses falaram comigo, sobre um mal que poderá cobrir o Reino.
-Um Mal?
-Correcto Majestade. Algo gravissimo que tem de ser evitado.
-A que se refere, meu bom Padre?
-Os Deuses comunicaram-me que será dado um poder ao Povo das Montanhas. Caso isso suceda o Reino sera mergulhado em desgraça!
O rei parou momentaneamente de se pentear. Voltou as costas ao Padre, e ponderou até proferir:
-Porque daria poderes aos seres da Montanha?
-È isso que pretendo descobrir, majestade. Consta que irá seleconar uma filha das montanhas, hoje!
Leopoldo II riu, depois encarando o Padre, inquiriu:
-Porque o faria? Já tenho suficientes!
-Mas... - Retorquiu o padre confuso.
-Mas sim. - Completou o Rei - Hoje irei receber no palácio uma jovem, filha das montanhas. Essa a quem chamam Enoah. Mas não será minha Mocida.
-Não compreendo majestade!
-Claro que não. Esse é o objectivo. Para sossegar os Deuses, comvoco desde já a sua prsença para logo. Verá com os seus olhos.Agora,se nenhum outro assunto merecer de momento a minha atenção...
-Não Majestade. Irei me retirar de pronto. Logo estarei na sala do Trono.
-Optimo. Ah, por favor, convoque igualmente Sir Francis.
-O Nobre, majestade?
-Não conheço outro no palácio!
-Com certeza, Majestade.

Sozinho em seus aposentos,Leopoldo sorriu. O seu plano principiara e já os Deuses mostravam receio.
Seria o plano perfeito e só a loucura dele poderia fazer com que resulstasse.

------FIM Parte 2

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Jueves, Abril 8, 2010 - 16:32

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Re: A lenda de Enoah - Capitulo 2

Cativante, volto a referir. Estou espectante.

Beijo,
Clarisse

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Re: A lenda de Enoah - Capitulo 2

Q terá Leopoldo na manga da sua loucura, q reservará para o Futuro de Enoah? Sabe-me a Shakespeare com um pouco de Wace e os seus cavaleiros da Tavola Redonda...
Estou a adorar!!!!
Beijinho em ti e va, mãos à obra quero ler mais!!!

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