O Julgamento
Um dia, pela manhã: Olhou o espelho e observou o seu rosto:
- Esta é a minha imagem; a imagem do meu rosto ...
- Exclamou Anónimo,um rosto igual a todos os outros rostos; todas as manhãs se olham através do espelho; um rosto que se prepara, igual a qualquer outro rosto, que se prepare para o julgamento do Mundo.
- Será que preparo a imagem reflectida no espelho, para ser julgada? ... Ou, será que olho no espelho para julgar o julgamento, que, julgo; o Mundo julgar? ... ou será que não existe julgamento que julgue o sêr; além, pela glória, ou, aparência que o rosto lhe quer dar!? ... Esta não é a minha imagem; a minha aparência, esta é a imagem do meu rosto! ... O meu rosto... A imagem exterior que preparo para ser julgada por um Mundo cego; que, preparo para os olhos enganar.
- Concluiu Anónimo, que, a imagem reflectida no espelho era a cumplicidade do próprio espelho e que juntos conspiravam a si próprio com o simples prosaico de os seus olhos enganar; Anónimo sabia... Anónimo tinha a certeza de que a sua aparência, através da sua imagem: Queria trabalhar. Então olhava o espelho e via o que os olhos lhe queriam mostrar; depois, Anónimo desaparecia por completo, deixando apenas os seus olhos a julgar o julgamento que só ele próprio queria julgar e, não julgava o injusto da aparência que o Mundo pudesse julgar, mas sim o justo que não se justificava com um simples olhar... Não...
Não; não que: Tinha que espreitar bem fundo; então: Encheu os olhos com o reflexo, reflectidos no fundo do espelho e viu a vizinha apaixonada por ele:
- Não pode ser?! ... Como é que eu olho para mim e consigo ver outros?
-Exclamou Anónimo, bastante intrigado; sabia que o espelho o queria enganar e quanto mais se envaidecia mais enganado ficava. Começou a imaginar o Mundo inteiro assim: Enganado pelos olhos; dava-se-lhe a entender que a mentira saia de casa todos os dias, trajando o engano, com o gosto que julgou no espelho justificado no sorriso de um esgar.
- (O segredo está no coração dos Homens; o que os deixa apavorados, amedrontados... Então o contemplar do espelho, que lhes mostre o engano que vai enganar; e, sente-se contente: Quando se engana a si próprio; maquinando o enjenho, ensaiado de fronte ao espelho).
- Pausadamente, apagou a vida, dentro do túmulo e saiu: Para julgar o julgamento nos olhos do Mundo:
- As árvores enfortaleciam e davam as suas sementes há terra, como pagamento do tributo da sua própria vida... As sementes germinavam, atirando-se de encontro ao sol; com o intúito apontado ao alto: Ao céu; como finalidade do seu caminho. Talves que no céu se encontrasse a disponibilidade que guia os seres a caminharem para debaixo da terra... Para debaixo dos pés dos seus frutos... Talves que a terra désse frutos amargos e doces e esses frutos servissem para alimentar a vida e não a cobiça...
- Talves que o Mundo enterre seus mortos para encorajar seus frutos a alimentarem novos frutos; para consumo do tempo, provisionando a terra; que, assim: Eclode com vida; talves que o mundo esteja ocupado a olhar; a saborear a vaidade em frente há outra face do espelho; usurpando-se de si próprio sem se aperceber que, o que o espelho lhe reflecte é apenas o papel que que embrulha o presente... Talves que o Mundo esteja na verdade cego e que apenas veja por instinto, apenas aquilo que quer ver: O próprio umbigo... Talves, então, porque tem fome e o espelho lhe mostre o pó que a terra vai comer.
----------------------Fim-------------------
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2405 reads
other contents of antonioduarte
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Contos | Sinopse da poesia “Beijo na Idade” | 0 | 1.101 | 11/22/2011 - 02:50 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “Escolha” | 2 | 696 | 11/11/2011 - 14:49 | Portuguese | |
Poesia/General | “Liberto desejo” | 0 | 1.049 | 11/09/2011 - 17:17 | Portuguese | |
Poesia/General | Sorte, que seja um grito” | 0 | 569 | 11/08/2011 - 23:48 | Portuguese | |
Poesia/Amor | “Por notícia tua” | 3 | 1.368 | 11/02/2011 - 04:21 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | “Tintas de amor” | 0 | 893 | 11/02/2011 - 00:16 | Portuguese | |
Poesia/Soneto | “Resplandeço de luz e vida” | 6 | 1.012 | 11/01/2011 - 05:04 | Portuguese | |
Poesia/General | “Sei-o muito bem” | 1 | 967 | 10/27/2011 - 21:31 | Portuguese | |
Poesia/Comedia | “Trapalhada que foi e será” | 0 | 1.193 | 10/17/2011 - 23:30 | Portuguese | |
Poesia/General | “Para onde não quero olhar” | 4 | 1.284 | 10/17/2011 - 22:49 | Portuguese | |
Poesia/General | “Dois iguais a Um” | 0 | 1.484 | 10/15/2011 - 02:41 | Portuguese | |
Poesia/General | “Orla das Eternidades” | 1 | 1.094 | 10/14/2011 - 14:33 | Portuguese | |
Poesia/General | “Esperando com a vida ” | 1 | 1.317 | 09/20/2011 - 02:57 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “QUANDO SOU RAIZ AO VENTO” | 3 | 818 | 09/03/2011 - 22:02 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | “ÁGUAS E GRITOS” | 1 | 939 | 08/24/2011 - 17:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “NO HORIZONTE DE MIM” | 0 | 1.470 | 08/23/2011 - 02:31 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | “ASSOMBROS DEFEITUOSOS” | 0 | 1.153 | 08/21/2011 - 01:08 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | “ERMA FÚLIA” | 0 | 1.192 | 08/19/2011 - 03:05 | Portuguese | |
Fotos/Religión | Lembrança | 0 | 1.844 | 08/19/2011 - 01:00 | Portuguese | |
Poesia/General | “Que importa” | 0 | 1.523 | 08/10/2011 - 00:33 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “Ora que morre” | 0 | 1.276 | 08/09/2011 - 01:48 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “Unicidade” | 0 | 988 | 08/07/2011 - 23:39 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “O outro canto” | 0 | 1.017 | 08/07/2011 - 01:51 | Portuguese | |
Poesia/General | “Embuste singrado” | 2 | 964 | 08/06/2011 - 19:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | “Elucubrações fictícias” | 0 | 1.032 | 08/06/2011 - 18:52 | Portuguese |
Add comment