Nova Viagem à Lua - Ato Primeiro - Cena I
Cena I
Machadinho, Luís Augusto e Silva(Ao levantar o pano, a cena está vazia; ouve-se fora o jongo, entoado pelos negros no eito.)
Jongo
Trabaia, negro, trabaia
Na roça de teu sinhô!
O dia já vai bem arto...
Trabaia té o só se pô...
(Machadinho, Luís, Augusto, e Silva entram em trajes de montar.
Machadinho - Sim, senhor! Aqui é que se vive! Isto é que são passeios! Que bonitas fazendas! Que paisagens! Não volto! Decididamente, não volto!
Augusto - Que entusiasmo!
Machadinho - Estou enlevado, encantado, arrebatado. (Caindo em uma cadeira de ferro.) e... cansado! Uf! Aquele maldito sendeiro!
Silva (À Luís.) - Duvido que aquelas Moças que convidaste venham...
Machadinho (Erguendo-se.) - Não estejas a imaginar desgraças! Por que não hão de vir?
Silva - Com este sol! Virão?
Luís - Se lhes mandássemos a traquitana de papai?
Machadinho- Que traquitana! Não estamos nós aqui? Nós, a elite, o high-life grand-monde? Deixa estar que elas hão de vir.
Augusto - O defunto não enjeita a cova.
Machadinho- São favas contadas. Passaremos hoje uma noite esplêndida!
Luís - Vou prevenir mamãe que temos visitas.
Augusto (Batendo-lhe no ombro.) - Um jantarão, hein, meu velho? A bela feijoada de orelheira e a maravilhosa salada de pepinos...
Silva - É indigesto.
Augusto - Indigesto és tu. (A Luís.) Tenho uma fome...
Machadinho- É dois...
Silva - E quatro...
Luís - Vocês não façam cerimônia; quando quiserem mudar de roupa, entrem; já sabem onde estão os seus quartos.
Augusto (Empurrando-o para casa.) - Olha, filho, ocupa-te mais do nosso estômago, e menos do nosso fato. Vai, vai...
Luís - Até logo. (Entra em casa,)
Submited by
Poesia Consagrada :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 854 reads
other contents of ArturdeAzevedo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena XVIII | 0 | 473 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena XIX | 0 | 690 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena II | 0 | 747 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena III | 0 | 612 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena IV | 0 | 1.105 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena V | 0 | 1.079 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena VI | 0 | 1.168 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena VII | 0 | 699 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena VIII | 0 | 883 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Introdução | 0 | 736 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena I | 0 | 471 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena II | 0 | 555 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena III | 0 | 1.043 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena IV | 0 | 630 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | Uma Véspera de Reis - Cena V | 0 | 595 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena V | 0 | 546 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena VI | 0 | 733 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena VII | 0 | 751 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena VIII | 0 | 712 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena IX | 0 | 931 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena X | 0 | 782 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena XI | 0 | 825 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena XII | 0 | 1.039 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena XIII | 0 | 872 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Filha de Maria Angu– Ato segundo - Cena XIV | 0 | 689 | 11/19/2010 - 16:53 | Portuguese |
Add comment