Corpo e alma

Corpo e alma

É preciso gritar,
a plenos pulmões,
sem sermões pelo meio
que o peito encerra
Segredos.
Em caixa dourada,
pintada de anjos da guarda.

Nas suas asas,
em manto branco envolta,
refugio meu corpo
-arrepiado-
num céu enevoado.
Não de chuva.
Não de vento.
Não de sol...
Como um catavento,
girando à procura do sonho,
perdido
em mundo medonho
de conflitos
e desencontros.
De silêncios magoados.
De perdas amputadas,
a almas.
Em utopia, transformadas.

Hoje, uma alma abençoada,
apanhada
em rede de afectividade.
no corpo arrepiado
entrou, de mansinho.
E aí fez seu ninho.
Espantado
de tão nobre visita.

Abriu-se em flor tardia.
E assim se quedou:
recebeu a chuva, o vento, o sol,
os elementos da Natureza!
Ensopando-se,
na sua própria natureza!

Descobriu-se afinal!
E os olhos, de tanto espanto,
soltaram-se
por aí, em dias claros.
À noite,
recolheu-se.
Em escuro lugar,
apenas para descansar
do sonho não encontrado.
E retomar outro sonho
que está a ser sonhado.
Pelo corpo arrepiado.

OF 21-09-2010
 

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Miércoles, Enero 19, 2011 - 19:22

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Odete Ferreira

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Corpo e alma

O grito em pleno no espanto dos olhos em sonho arrepiado no corpo cujo sentir é um ninho de palavras de tão nobre vista...

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Corpo e alma

Obg, pelo tag...:)

Este poema tudo de mim (corpo e alma) num momento vivencial peculiar...

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Corpo e alma

Obg, pelo tag...:)

Este poema tudo de mim (corpo e alma) num momento vivencial peculiar...

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