Carlos Drummond de Andrade
Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Carlos Drummond de Andrade
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Viernes, Febrero 18, 2011 - 21:41
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Comentarios
Carlos Drummond de Andrade!
Lindo poemo que recebi de uma amiga, não me mandou o título, já solicitei, procurei, quando chegar coloco o mesmo a disposição de nossos leitores!
Muito obrigado,
MarneDulinski