Noite infinda, imperturbável

Adormeço sobre o negro desabrido
de um beijo que já não me pertence.

A terra ainda húmida refresca os meus lábios
cobrindo-os de heras macias, sedosas,
sedentas da manhã que não chega.

Emocionalmente estática calo-me,
aos gemidos do luar que me espreita,
de olhar rasgado impetuoso
de quem me deseja acorrentada,
à noite infinda, imperturbável.

Adormeço sobre o negro desabrido
de um corpo que já não me pertence.

A solidão é quase enfadonha, irrequieta
mas a vontade de voar é mais arrojada
que a própria limitação existencial.

Conceição Bernardino

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Martes, Julio 1, 2008 - 16:55

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ConceiçãoBernardino

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Comentarios

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Re: Noite infinda, imperturbável

Um poema com arte, razão e sentimento!!!

:-)

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Re: Noite infinda, imperturbável

Olá!

Volto a dizer... voa!

Gosto muito deste poema, diz-me muito.

Bjs

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Re: Noite infinda, imperturbável

Obrigada Shofie pelas tuas palavras...

Bjs

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