Do olhar perene a teia física

 


Funda catacumba
escura
corpóreo anjo
difuso
versejado rosto
mistura.

 

Recíproco
na aceitação imaterial
do tempo esquivo,
da lágrima paradigmática,
da fusão asmática
entregue ao semblante
modificado
do aspecto que carregas.

 

Olhos feridos
pálpebras de cobre
pestanas de licor.


Fervor.

,
Ramos famintos,
ausência,
frio em vez de calor.

 

O mundo em espiral.
Machado
víscera sugada
teia física balançada
de olhar perene
amargura,
sal.


.Queimam-me quimeras
lapidadas
música com degraus
sobe-me
como torpedos de ânsia

 

passo

a
                             

passo

 

No alto da torre
esculpo nuvens
abro livros de receitas
com ervas aromáticas
numa ampla
inalada
vagem
de fantasia.

 

Do olhar perene
escorrego no ringue de patinagem
sobre lâminas de aço
polido no rosto...

 

"A teia física é novelo de lã
tricotado à pressa
no sopro vago
com caimbras nos cabelo
soltos ao vento
alimento
do mistério que te esconde."

 

Escorre.
Pinga.
Cai.

 

Agitadas as  água serenas
resta a semântica de um golpe
que troque de trono
com a inflação da íris
quando me olhas.

 

A linha é contínua,
o lápis-traça,
rompe o soalho.

 

Bicho feroz
não é tão penetrante
ou límpido
ou misterioso
ou meigo
ou atroz.

 

"Folhagem ritmíca anota-me.
Campo alado encerra-me.
Espiga acrílica espelha-me.
Corte cardíaco pensa-me."

 

Sonho olhares perenes
ouço teias físicas
esticadas como cordas
na sombra de uma guitarra.

 

"Choro-te numa percepção de espuma:
- A noite cai oblíqua no tecto fundido
de uma lágrima estranha".

 

Dispo a capa de marfim,
com precisão
fecho a mão,
fecho os olhos,
abro a distância
no vazio do do coração.

 


"Posso imaginar como será o meu fim,
mas por agora continua a bater.
Monta-me uma teia, enleia-me..."

 


O céu cinzento explode em som,
e frescura na tua pele.

 

"Abro o guarda-chuva
Respiro o oxigénio das pupilas...
Deixo a brisa enfurecer-se no meu rosto
e cair numa poça de água
submersa pela luz."

 

 

rainbowsky

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Domingo, Abril 24, 2011 - 04:09

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Comentarios

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Um olhar penetrante que

Um olhar penetrante que conduz o poeta 

ao seu delírio de amor , talvez impossivel 

talvez dissoluto, talvez  quimera alada que voa 

aonde não estas e nasce a tua dor ....

Muito bom te ler , sempre !!!!!

Beijos

Susan

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