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A inevitável comparação

Quem assistiu à primeira versão de Bravura Indômita, protagonizada pelo inesquecível John Wayne, não resistirá à tentação de compará-la à versão atual, com Jeff Bridges, Hailee Steinfield e Matt Damon. No filme, Mattie Ross, menina de apenas 14 anos, mas com muito senso prático e uma visão já bastante amadurecida das agruras da vida, pede ajuda a Rooster Cogburn para caçar o assassino de seu pai. Enquanto ela negocia os termos do acordo, junta-se a eles um Texas Ranger, Mr. Laboeuf. No início, os três não se dão bem. São três pessoas de temperamento forte e divergem quanto ao que farão com o bandido quando o pegarem mas, no decorrer dessa jornada, vão aprendendo a se conhecer e desenvolvem uma relação de amizade. 

O novo Bravura Indômita tem um bom elenco, que convence na construção dos personagens. Hailee defende seu papel com dignidade e nos dá uma ideia clara da personalidade de Mattie: uma menina ainda muito jovem mas com uma compreensão precoce de que  o Velho Oeste não é lugar para os fracos e ser forte é uma obrigação, se se quiser sobreviver e fazer valer seus direitos. Mattie não passa exatamente por uma jornada de amadurecimento. Desde o começo da história, ela já tem um comportamento adulto e sem sutilezas. Ajudava o pai a cuidar dos negócios, revendeu os cavalos que ele havia comprado, cuidou do seu funeral e parte em busca do assassino numa viagem cheia de perigos, lidando com homens moldados por uma vida sem confortos e um ambiente áspero.Matt Damon está perfeito como o arrogante texano que deseja pegar o bandido e ganhar uma recompensa.

Obviamente, não se pode esperar que o Rooster Cogburn de Jeff Bridges seja igual ao de John Wayne. Jeff Bridges é um excelente ator e interpreta com esmero um personagem valente, grosseiro, calejado por uma vida que não tem piedade para com os fracos mas o seu Rooster Cogburn não tem o vigor do de John Wayne. Enquanto o Cogburn da primeira versão exalava uma energia magnética, o de Bridges passa uma impressão de decadência. A cena em que Cogburn e Laboeuf disputam para ver quem atira melhor chega a ser patética. Temos a impressão que Cogburn está tentando provar não ao texano, mas a si mesmo, que ainda é capaz das proezas que outrora realizava sem dificuldade.

A versão dos irmãos Coen também é mais sombria. O cenário é escuro, sem as paisagens exuberantes que caracterizavam o filme de 1969. Além disso, o filme nos passa uma imagem amarga do que deveria ser a existência naquele lugar e época. O filme Bravura Indômita nos faz pensar na antiga afirmação de que o homem é produto do meio: quem vivia em um ambiente inóspito e brutal, deveria ser também áspero e brutal, ou não sobreviveria. Não havia espaço para suavidade ou fraqueza.Cogburn, Mattie e Laboeuf são a prova viva de que quem queiser sobreviver deve se tornar igual ao lugar que o cerca.

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domingo, março 27, 2011 - 01:07

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Atenéia

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Obrigado

Tava precisando de uma opnião sobre os dois filmes.

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