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APÓLOGOS XXIII

23

A mona e o filho

Mona tão horrorosa, ou mais do que o diabo,
Com callos o trazeiro, e sem cabello o rabo,
N'um moninho brincão, que tinha dado ao prelo,
Cegamente empregava o maternal desvelo;
E era a sua ternura,, o seu amor tão fino,
Que nunca d'entre as mãos largava o pequenino.
Se alguma sua amiga ia fazer-lhe festa,
Dizia-lhe: «Não, não, deixe-m'o, que o molesta!...»
Se lhe pegava ao collo até o proprio pae,
A mãe gritava logo: «Ai! Não m'o esmagues, ai!...»
E com mimo importuno a rustica entretanto
Ao tenrinho animal desafiava o pranto,
Pois em beijo, e mais beijo, abraço, e mais abraço
Anciava, opprimia o filho a cada passo,
E um dia o abraçou com tal contentamento,
Que no apertão fagueiro elle exhalou o alento.
Tal (me diz a experiencia) é o zeloso amante;
Por amor importuna, enfada a cada instante;
O que quer para si do mesmo sol recata,
Por amor atormenta, e até ás vezes mata.

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domingo, outubro 11, 2009 - 17:53

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Bocage

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