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As duas coroas

Há duas c'roas na terra,
Uma d'ouro cintilante
Com esmalte de diamante,
Na fronte do que é senhor;
Outra modesta e singela,
C'roa de meiga poesia,
Que a fronte ao vate alumia
Com a luz dum resplendor.

Ante a primeira se curvam
Os potentados da terra:
No bojo, que a morte encerra,
Sobre a líquida extensão,
Levam naus os seus ditames
Da peleja entre os horrores;
Vis escravos, crus senhores,
Preito e menagem lhe dão.

E quando o vate suspira
Sobre esta terra maldita,
Ninguém a voz lhe acredita,
Mas riem dos cantos seus:
Os anjos, não; porque sabem
Que essa voz é verdadeira,
Que é dos homens a primeira,
Enquanto a outra é de Deus!

Se eu fora rei, não te dera
Quinhão na régia amargura;
Nem te qu'ria, virgem pura,
Sentada sob o dossel,
Onde a dor tão viva anseia,
Tão cruel, tão funda late,
Como no peito que bate
Sob as dobras do burel.

Não te quisera no trono,
Onde a máscara do rosto,
Cobrindo o interno desgosto,
Ser alegre tem por lei;
Manda Deus, sim, que o rei chore;
Mas que chore ocultamente,
Porque, se o soubera a gente,
Ninguém quisera ser rei!

Mas o vate, quando sofre,
Modula em meigos acentos,
Seus doridos pensamentos,
A sua interna aflição;
E das lágrimas choradas
Extrai um bálsamo santo,
Que vale estancar o pranto
Nos olhos do seu irmão.

(...)

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segunda-feira, abril 27, 2009 - 04:21

Poesia Consagrada :

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AntonioGoncalvesDias

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