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ELOGIOS II
2
Aos annos da mesma Augustissima Senhora
Musas, Musas do Tejo, alçae ao pólo
Versos dignos de reis, da patria dignos.
Desenrugue-se o Fado: os tempos voltem
Quaes a vate Cumêa os viu na mente;
Em manto côr de neve Astréa envolta
As éras de Saturno acorde, e guie
Ao seio escuro da ferrenha edade.
Apenas tenham que invejar aos numes
Os ditosos mortaes: luzeiro errante
Surja, rutíle da sinistra parte,
E com faustos satellites discorra
D'este áquelle horisonte os céos de Lysia,
Ingente, portentoso, e qual outr'hora
Dourou a alma de Julio o céo de Roma:
As vestes abrilhante ao carrancudo
Monarcha das horrisonas procellas,
Cuja grenha erriçada os gelos c'roam;
Cuja mão tenebrosa além das nuvens
O pélago arrogante em serras manda;
Na voz terrivel, nos terriveis olhos,
Que arremessam trovões, que accendem raios,
Soffra o duro oppressor do aereo campo,
Soffra o silencio, e a paz; desdobre, alize
Ondas o pégo, e sobre as praias durma;
Brinque Favonio onde Áquilo esbraveja,
Respire a natureza, o céo respire;
A nascer entre a neve aprendam rosas;
Puro, espontaneo mel destillem troncos;
Na rubra nuvem fulgurante de ouro
De jasmins immortaes co'a fronte orlada
Sempre n'este aureo dia assome a deusa,
Que sobre as flores a existencia entórna:
No semblante de um Deus a Aurora estude
Risos, que a Natureza extranhe, e adore:
Derrame pelos céos mais luz, mais pompa,
Sol, reflexo de Jove, imagem sua.
Maria, mãe de heróes, de heróes a filha,
Indulto singular merece ao Fado;
Seu natal sobre-sáe aos mais fulgentes,
Quanto no ethereo cume alardeando
Torrentes de fulgor, que o pólo innundam,
Vence o planeta fulgurante, immenso,
Tenue luz, que esmorece em negra estancia.
Sim, Rainha immortal, modelo augusto
De quantas perfeições, quantas virtudes
De Astréa ao lado para o céo fugiram:
Sim, Rainha immortal; se a bem do mundo
Prenda tão cara não lhe houvesses dado;
Se, doce fructo de amorosa planta,
João, prole de heróes, que o Tejo adora,
A nossos corações negado fosse,
Ninguem te egualaria áquem dos numes.
Elles teu grande horóscopo envolveram
No vasto resplendor da eternidade;
Tua alma se embebeu na essencia d'elles,
E ao ponto em que dos céos se desprendia
Abrindo a azul campina em sulcos de ouro,
Presumiu assombrada a Natureza
Que radiosa porção vivificante
Do facho universal se desprendera.
Oh rei da immensidade, oh rei dos Fados!
Os idolos da patria, a mãe, e o filho
No throno avito, heroico, á sombra tua
De seculos em seculos triumphem:
D'elle, d'ella se esquivem Tempo, e Morte,
Dure-lhe a vida o que durar seu nome.
O Tejo despejando as urnas de ouro
Ás plantas lhe deponha o gran tributo,
Até que a eternidade absorva as éras.
São mimosos do Fado, a Jove acceitos
O filho, a mãe de reis, de heróes, de numes;
Cobrem azas de um Deus os dignos d'elle,
Lysia, flôr das nações, prospéra, exulta !
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