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A Jóia - Ato Terceiro - Cena II
Cena II
Carvalho, só
não pode alimentar tamanha perversão!
Valentina é um anjo: as lágrimas que chora
não se podem fingir. Não digo que me adora,
mas ama-me, decerto. Um anjo, que me diz:
“Se tu não fosses rico, eu era mais feliz!”
Eu não lhe pago o amor; apenas eu lhe pago
as cadeiras, o leito, o canapé que estrago
e os quadro que desfruto. O mal, o grande mal
foi vê-la e gostar dela. É muito natural
que um velho feio, achando uma mulher que o ame
que, sem saber se é rico, o seu amor reclame,
sinta que lhe desperta o morto coração. (Pausa.)
Mas o compadre... Não! Não é possível! não!
O compadre... Ora adeus! Até causou-me tédio!
Vamos, Joaquim Carvalho: o que não tem remédio
remediado está. É preciso sair!
Mas não como ele quer; sair e não fugir!
A ingratidão não está na minha natureza.
As bichas hão de ser a última despesa...
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Poesia Consagrada :
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