CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Oh! Que acordar!

Se o que somos, se o que temos sofrido
Não fosse mais que um sonho!
A despedida sem adeus, a ausência,
O desterro medonho!

O viver sem família, sem ventura,
Sem esperanças mais...
Este penar eterno, este sofrer sem crime,
Este descrer dos mais;

E aquele ver-te qual t'eu vi, co'o pranto
Nos olhos a brilhar,
E nos lábios sorrisos porque vias
Qual era o meu penar!

Se esse fingir que a vida te esgotava
Do pobre coração,
Se tudo fosse um pesadelo horrível,
Um sonho vão;

Se outra vez amanhã meiga sorrindo
Me viesses contar
Teu sonho mau, durante a noite, e o ledo
Venturoso acordar!

E que de ver-te se me fosse d'alma
D'angústia o sentimento,
Como visão noturna, como um traço n'água,
Nuvem que tange o vento!

Se em nossos peitos desses caos surgissem
Os êxtases de amor,
Como aves mil, que no romper do dia
Voam de um ramo em flor!

E a vida entre nós franca! o amor possível,
E o paraíso ali!
Oh! que acordar!... Venham dizer-me agora
depois do que sofri,

Que o mundo é vasto, que não devo amar-te,
Que renuncie a ti!
Fazei-o vós, se sois capaz de tanto...
Não o peçais de mim.

Qual o horrendo porvir que após nos guarda
Não o sabeis, eu sei!
É ser morto por dentro, é dizer d'alma
Jamais feliz serei!

É criar tédio à vida! — um só receio
Ter-se — que seja eterno
Este viver, este descrer de tudo,
Este penar do inferno!

Submited by

segunda-feira, abril 27, 2009 - 04:30

Poesia Consagrada :

No votes yet

AntonioGoncalvesDias

imagem de AntonioGoncalvesDias
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 25 semanas
Membro desde: 04/27/2009
Conteúdos:
Pontos: 288

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AntonioGoncalvesDias

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Geral Canção do Exílio 0 341 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Canto do Guerreiro 0 442 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Canto do Piaga 0 332 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Canto do Índio 0 440 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Caxias 0 377 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Deprecação 0 402 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte I 0 346 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte II 0 350 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte III 0 309 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte IV 0 320 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte V 0 343 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte VI 0 339 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Soldado Espanhol : Parte VII 0 317 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral A Leviana 0 398 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral A Minha Musa 0 399 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Desejo 0 306 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Seus Olhos 0 304 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Inocência 0 303 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Pedido 0 382 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Desengano 0 387 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Minha vida e meus amores 0 396 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Recordação 0 392 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Tristeza Tristeza 0 1.526 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral O Trovador 0 329 11/19/2010 - 16:53 Português
Poesia Consagrada/Geral Amor! delírio - engano 0 387 11/19/2010 - 16:53 Português