CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

William Shakespeare : Sonho de uma Noite de Verão – Ato IV - Cena II

Cena II

(Atenas, um quarto em casa de Quince. Entram Quince, Flauta, Snout e Starveling.)

Quince
Mandastes alguém à casa de Bottom? Ele já voltou para casa?

Starveling
Não há notícias dele; decerto foi levado para alguma parte.

Flauta
Se ele não voltar, ficará estragada a comédia; não poderá ser representada, não é verdade?

Quince
De jeito nenhum; em toda Atenas não tendes ninguém como ele para fazer o papel de Píramo.

Flauta
É a pura verdade; ele é simplesmente o maior engenho dos artesãos de Atenas.

Quince
E a melhor pessoa, também; quanto à doçura da voz, é um verdadeiro fenício.

Flauta
"Fênix", homem é o que quereis dizer! Fenício - Deus nos acuda! - não é coisa nenhuma.

(Entra Snug.)

Snug
Mestres, o duque vem vindo do templo, onde casaram, juntamente com ele, mais três senhores e três senhoras. Se nossa peça não houvesse ficado apenas em ensaio, seríamos hoje gente grande.

Flauta
Oh, o nosso valente Bottom! Desse modo ele perde uma renda vitalícia de seis pences por dia. Sim, não poderia deixar de ganhar seis pences por dia. Quero que me enforquem, se o duque não lhe desse seis pences diários pela representação de Píramo. É o que ele merecia para representar Píramo: ou seis pences por dia, ou nada.

(Entra Bottom.)

Bottom
Onde estão os rapazes? Onde estão esses corações?

Quince
Bottom! Oh dia corajoso! Que hora felicíssima!

Bottom
Mestres, tenho coisas maravilhosas para vos contar, mas não me pergunteis nada, porque se eu vo-las referisse, não seria um ateniense da gema. Hei de vos contar tudo, tintim por tintim, exatamente como se passou.

Quince
Conta-nos o que houve, amável Bottom.

Bottom
Não direi uma só palavra. Tudo o que vos posso dizer é que o duque já jantou. Ide buscar as roupas, ponde bons atacadores nas barbas e fitas novas nos escarpins. Reunamo-nos no palácio; que todos repassem os seus papéis, porque, para dizer tudo em poucas palavras, a nossa peça foi a preferida. Em todo o caso, que Tisbe se apresente de roupa limpa, o que tiver de fazer o papel de leão não deve cortar as unhas, a fim de parecerem garras. Finalmente, meus caros atores, será conveniente não comerdes alho nem cebola, pois será preciso que exalemos um doce alento, não tendo eu dúvida de que todos vão achar a nossa comédia muito doce. E agora nem mais uma palavra. Adiante! Marchai! Adiante!

(Saem.)

Submited by

quinta-feira, maio 7, 2009 - 23:12

Poesia Consagrada :

No votes yet

Shakespeare

imagem de Shakespeare
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 22 semanas
Membro desde: 10/14/2008
Conteúdos:
Pontos: 410

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Shakespeare

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 12: When I do count the clock that tells the time 0 6.232 07/12/2011 - 02:13 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 119: What potions have I drunk of Siren tears 0 4.084 07/12/2011 - 02:12 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 118: Like as to make our appetite more keen 0 3.722 07/12/2011 - 02:09 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 116: Let me not to the marriage of true minds 0 3.897 07/12/2011 - 02:07 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 115: Those lines that I before have writ do lie 0 4.001 07/12/2011 - 02:06 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 114: Or whether doth my mind, being crowned with you 0 4.129 07/12/2011 - 02:05 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 113: Since I left you, mine eye is in my mind 0 3.729 07/12/2011 - 02:04 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 112: Your love and pity doth th' impression fill 0 3.706 07/12/2011 - 02:02 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 111: O, for my sake do you with Fortune chide 0 3.560 07/12/2011 - 02:01 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 110: Alas, 'tis true, I have gone here and there 0 4.010 07/12/2011 - 01:59 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 11: As fast as thou shalt wane, so fast thou grow'st 0 4.133 07/12/2011 - 01:58 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 109: O, never say that I was false of heart 0 4.787 07/12/2011 - 01:57 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 108: What's in the brain that ink may character 0 3.926 07/12/2011 - 01:57 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 107: Not mine own fears, nor the prophetic soul 0 3.976 07/12/2011 - 01:56 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 106: When in the chronicle of wasted time 0 3.950 07/12/2011 - 01:54 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 105: Let not my love be called idolatry 0 4.647 07/12/2011 - 01:53 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 104: To me, fair friend, you never can be old 0 4.330 07/12/2011 - 01:53 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 103: Alack, what poverty my Muse brings forth 0 4.268 07/12/2011 - 01:52 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 102: My love is strengthened, though more weak in seeming 0 3.510 07/12/2011 - 01:50 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 101: O truant Muse, what shall be thy amends 0 4.310 07/12/2011 - 01:43 inglês
Poesia Consagrada/Geral Sonnet 100: Where art thou, Muse, that thou forget'st so long 0 4.059 07/12/2011 - 01:42 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 10: For shame, deny that thou bear'st love to any 0 4.069 07/12/2011 - 01:40 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonnet 1 0 4.151 07/12/2011 - 01:38 inglês
Poesia Consagrada/Soneto Sonet LIV 0 4.448 07/12/2011 - 01:37 inglês
Poesia Consagrada/Geral Silvia 0 4.480 07/12/2011 - 01:36 inglês