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Fome doentia
Neste mundo mecanizado desde a época da grande revolução,
vive o Homem e as suas sociedades em constante transformação.
Pouco importa como, hoje, a matéria encarna o bem...
Fonte de interesse é a riqueza que cada um tem.
Todo o movimento é económico, quantificável e indicativo!
Na batalha pelo que dizem ser mais competitivo,
um apelo ao desenvolvimento da nação:
_Ignore-se a razão e esqueça-se o indivíduo!
É o bem colectivo! O progresso! O amanhã! – dizem.
Na verdade, o coração mecanizado produz lucros maiores.
Veste os dedos de ouro, platina e diamantes à custa
da graxa e da fuligem no rosto dos menores.
É uma sociedade construída sob o jugo de um artefacto social.
É uma sociedade que rentabiliza o planeta e economiza a esperança.
Num extremo a abundância transborda, no outro, a pobreza condena:
_Que se forre de lama o estômago de qualquer criança!
Um dia a revolução chegou à produção
O Homem produziu a máquina
e a máquina produziu, produziu….
Qual fome doentia
que insaciável,
a todos extinguiu!
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Ministério da Poesia :
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