CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Hostil o tempo.
Hostil o tempo,
insistente vento,
soprando louco,
na pressa do mundo.
preto o túmulo,
e os coros do lamento
homem de luto,
hostil o tempo”
São de areia e sal
feitas as praias,
os cais
de pedra e cal e as ameias
dos castelos,
as lágrimas deste Portugal,
apenas água e pouco mais
E sinto
que não aconteço realmente
Como as fendas do corpo cujo e
Suspeito trago
Tatuado com ditos
de tantos e todos,
Arte não acontece,
contem-se-ou tem-se
ou não tem-se
dá-se…
Se vou morrer que seja a murar
em volta o mar que há ainda em
mim…
Se vou morrer quero de volta
as lágrimas que no mar
abandonei faz tempo…
Se vou morrer não lamento
ter o jeito
no coração dum mar
tormento
Sinto no meu ser
um doce imenso,
Que, de verdade não posso ver,
Pois o sal
não me dá descanso,
Apesar de,
longe do mar os olhos eu ter…
Caiu-me o olhar bem no meio do mar rasgado
Era manso e cálido, instável
Apesar do bafo leve e paciente, sem peso,
Um lugar onde nada de novo acontece
Além da cólera da espuma e do céu…
Deixai-me cair e molhar-me
Onde o amor nem habita
nem há-de habitar nada de meu…
não conto o tempo
porque ele pode parar
o meu pensamento
como um mar sem vento,
não conto o tempo
porque haveria de contar
tendo estrelas no tecto
e paredes de ar,
não conto o tempo
de vida pra me libertar
porque haveria ele de parar ?
se nem o mar sabe a vento
d’ encostar o ombro
um no outro,
não conto o tempo que vem
porque ele me tem
num estendal, bem preso
com molas de ar…
Por favor não tenham pena de mim, eu sou minoria entre muitos outros
mas sou e vou estar sempre no meio de minorias
…eu vou pra onde as vão minorias, sinto o que as minorias sentem…
se maioria em mim eu sou e o universo sorvo quando as mãos junto…
Tenho um penedo em lugar de peito
E talvez nada tenha em volta dele
Que não seja este nó-de-cego
De tanto medo
Se eu pudesse trancar a Terra toda
dentro de mim e me demorar
olhando-a dentro dest’peito
E sentir-lhe o paladar devorando-a
lentamente, devagar e depois
de rompante mas sem preconceitos
Seria mais feliz nesse instante …
Mas se eu nem quero ser feliz.
…preciso ser de vez em quando infeliz
e admirar a Terra e o encanto
Para poder reencarnar
assim num verde perfeito campo
em flor…
se soubesse que amanhã morria
calcava os pés nos livros que não li
e nas lembranças do que não vivi,nas utopias
dos outros que apodreceram antes de mim
se soubesse que amanhã morria
chorava a esperança que perdi
um pretenso dia, por aí..
Deus, que é feito de ti,
Se é que existes ou me ignoras,
Pois quando dou por mim,
Olhando o céu, sem estrelas,
Sinto um total desalento,
sorvi o vento…
sustive o tempo
dormi entretanto
no cárcere breve
do corpo…
Diz que entendes
O que se passa, entre mim
E o precipício
Sabendo-nos às vezes
Unidos por um fio-de-prumo
Como a noite e o final do dia
Diz-me porque pareço particípio
passado Tara perdida
Inércia sem-fim
mar morto
Diz que entendes
o dia meu
assim o sol posto..
Joel Matos (2012)
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 725 leituras
Add comment
other contents of Joel
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Geral | Deixai-vos descer à vala, | 1 | 1.468 | 06/21/2021 - 15:28 | Português | |
Poesia/Geral | "Phallu" de Pompeii! | 1 | 978 | 06/21/2021 - 15:27 | Português | |
Poesia/Geral | Humano-descendentes | 9 | 1.202 | 06/21/2021 - 15:27 | Português | |
Poesia/Geral | Confesso-me consciente por dentro … | 1 | 800 | 06/18/2021 - 18:27 | Português | |
Poesia/Geral | Versão Endovélica de mim próprio | 32 | 919 | 06/17/2021 - 15:54 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Deixemos descer à vala, o corpo que em vão nos deram | 15 | 1.393 | 02/09/2021 - 09:55 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A desconstrução | 38 | 1.814 | 02/06/2021 - 22:18 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Na terra onde ninguém me cala | 1 | 2.559 | 02/06/2021 - 11:14 | Português | |
Poesia/Geral | Esquema gráfico para não sobreviver à morte … | 5 | 861 | 02/05/2021 - 12:45 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Tiras-me as palavras da boca | 1 | 1.067 | 02/03/2021 - 19:31 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A tenaz negação do eu, | 1 | 1.187 | 01/25/2021 - 22:40 | Português | |
Poesia/Geral | Em pêlo e a galope... | 7 | 709 | 11/27/2020 - 18:11 | Português | |
Poesia/Geral | Vencido | 3 | 1.016 | 11/25/2020 - 19:26 | Português | |
Poesia/Geral | O Amor é uma nação em risco, | 1 | 2.426 | 05/03/2020 - 00:37 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Ninguém me distingue de quem sou eu ... | 1 | 1.572 | 04/20/2020 - 23:34 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A um Deus pouco divino … | 1 | 1.704 | 04/19/2020 - 12:02 | Português | |
Poesia/Geral | “Hic sunt dracones”, A dor é tudo … | 4 | 2.111 | 04/15/2020 - 16:25 | Português | |
Poesia/Geral | A Morte não é Bem-Vinda ... | 2 | 3.006 | 04/15/2020 - 15:46 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O avesso do espelho... | 5 | 1.789 | 03/01/2020 - 21:02 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O Estado da Dúvida | 2 | 1.866 | 01/24/2020 - 21:05 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | As estrelas, os Estrôncios e os Sonhos. | 39 | 2.937 | 11/28/2019 - 12:37 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Dreaming Of A Better World | 122 | 2.389 | 11/10/2019 - 19:37 | Português | |
Poesia/Geral | Escrevo o que ninguém escuta ... | 108 | 2.501 | 10/22/2019 - 15:40 | Português | |
Poesia/Geral | Supondo-me desperto | 85 | 2.717 | 10/22/2019 - 15:39 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Venho de uma pequena ciência, | 148 | 3.460 | 10/22/2019 - 15:38 | Português |
Comentários
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.