Migrante do Ardor

Gigantes tentam acabar com o meu mundo,

As suas máquinas cavam tão fundo,

A minha casa já não aguenta barulho,

Eles só sabem empilhar entulho,

Assisto tudo sem nada poder fazer,

Chegam de dia e trabalham até escurecer,

Sou apenas mais um entre muitos,

Jogando pedras e gritando insultos,

Derrubam árvores e queimam tudo,

Deixam os bodes todos mudos,

Te afastam da sua terra amada,

Com a desculpa de construir fábricas,

Mais uma construção na linha de produção,

Angariando fundos de acordo com a constituição,

Matando animais, gente e plantação,

Com a desculpa de ser só mais um numa missão,

Missão de muitos, privilégio de poucos,

Enquanto deixam os muitos roucos,

Se põe as cruzes na frente dos burros,

Impõe suas leis sobre um pretexto estúpido,

Se todos seguem não deve ser ruim,

Se é pra ser, tem que ser assim,

Mas também não significa que seja bom,

Só mais uma ferramenta para abafar o som,

O som de multdões contra o movimento,

O grito de revoluções em prol do cancelamento,

A vida de pessoas correndo risco,

Enquando morrem em benefício dos ricos,

As maquinas ligadas continuam a lacear,

Um terreno velho mas com pessoas a morar,

Todos se vão sem onde ficar,

Acabam nas ruas a mendigar,

E o que fazer pra acudir,

Toda gente que só fez partir,

Hoje já foi um dia pra sempre relembrar,

Que o que está ruim pode piorar,

Mas não se iluda achando que isso tem solução,

É só mais um dos maus eternos de que a população,

Alem de novas crendices e propagandas a cada geração,

Agredindo sempre todos e gerando a degradação.