Sorte sem Sorte

Que sois eu além de um velho escravo da sorte,

Sorte que guia meus instintos da vida até a morte,

Sorte que não quer tentar favorecer,

Uma sorte que só dá para aborrecer,

Se a habilidade é sobreposta por essa droga,

A droga do achismo de outrora,

Se não fosse por todos estes bonachudos,

O que seria de nós, cegos e surdos,

Carentes de sons e de cores para separar os cães de alguns ursos,

Nossa honra já se foi,

Assim como nossa fortuna se esgotou,

E Aldebaran há de cantar suas cantigas de dor,

Para quem precisa de um pouco de torpor,

Fungindo da realidade que um dia se fundou,

Mas que hoje já pereceu diante de algum Deus,

Deus esse, mudo e cego e surdo,

Pois foi a nossa semelhança,

Que alimentou a sua esperança,

Gerando orações e outras cobranças,

Não tente cmbinar crenças com realidade,

Se um dia o fizer descobrirá que peso tem a verdade,

Supostamente guardada por vividos,

Apenas mais corações aflitos,

Por ter que carregar tão árduo fardo,

Pesado, sobre planícies sem reis,

Onde quem governa é o quarto, mandando em três,

Se um dia se puser a inventar contos,

Fique atento ao que escreve para os tontos,

Embriagados e em transe pela falta de sentidos,

Pela emoção de serem reprimidos,

A qualquer custo pela grande e crescente corrupção,

Que altera até mesmo a história da nossa nação.