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As 4 estações de Vivaldi...
As folhas douradas rangem-me em Outono,
no sono breve do sopro que traz o frio...
Houve um vazio que se preencheu
com o teu coração,
ou com uma parte desapertada do meu...
Hoje, no nada dos dias,
caminho de mãos vazias
à procura daquele Inverno de loucura
que se amou em Primavera...
A espera traz-me de volta a mim,
assim, devagar,
como um suspirar hipotérmico,
num ansiar dérmico de toque...
E a secura dos dias avança,
sem que encha o peito, sem que sufoque,
num respirar monocórdico...
A esperança são alvéolos pulmonares,
numa virgindade pura, intocável,
distante...
Numa castidade vestida de mórbido,
de escolhas,
ou de razão à vez...
Não vês?
Um dia seremos as folhas a morrer debaixo dos pés...
Inês Dunas
Libris Scripta Est
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Comentários
Aqui...
... E eu regresso sempre, levo-te e quando me faltas volto...
... E de ti carregado sigo até que te vejo chegar com novo sorriso irritando a dor...
... "Não vês?" Como agora aqui estou, de novo, em palavras tuas envolto...?
:)) Prazer enorme, esperar por si, Inês Dunas!
Rui
Esse teu poema, tocou-me
Esse teu poema, tocou-me profundamente, é muito, muito belo e é para ficar guardado delicadamente como uma linda lembrança de preciosidades, assim faço com poemas, filmes, músicas e paisagens... Bem dentro da alma...
Beijinho
Soberbo
Que dizer...
Soberbo!
"A espera traz-me de volta a
"A espera traz-me de volta a mim,
assim, devagar,
como um suspirar hipotérmico,
num ansiar dérmico de toque...
E a secura dos dias avança,
sem que encha o peito, sem que sufoque,
num respirar monocórdico..."
Momento raro de controlo emocional sobre o que deseja dizer. Muito bela e profunda, a sua escrita. Estou encantada!
Sara