Adriano e Manuela

Não há exatamente quem acertou,
E quem sai sempre isento.
O que existe é quem errou,
E quem errou menos, sem intento.

Porque o caso é que o que muda é a versão:
Há o amor, que é a moeda;
De um lado o cara,
Do outro, o coração.

Manuela era careca
O Adriano era banguela
Ela, de lidar com o amor
Ele, de quebrar o riso na decepção

E no cara ou coroa desse sentimento,
Virou o jogo quem soube dar a cara
Perseverar pela coroa
E configurar o tesouro na união

Ambos tinham nada.
Além de estrada,
O que lhes importava
Era o coração.

A devoção,
A trovoada
Vencia, e o peito
Era a condição
Da revirada
De sua canção
Abstrata, amada, doída…
Mas canção.