CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Agora estás parada no meio da linha branca e preta

Agora estás parada no meio da linha branca e preta da rua com casas de habitação, negócios, restaurantes, tendas de comércio chinês e o tráfico normal das drogas.Estás parada, tens os pés parados e fixos, mas os olhos mexem, há neles uma interrogação. Ela não está num sonho, algumas horas antes a sessão de psicanálise, tinha a impressão que aquela viagem não prosseguiria, ler um jornal supondo que todas as páginas tem a sua cara e a sua vida, podia ser algo como uma sessão de psicanálise. Parada no meio dessa linha de pedra branca e preta, ela a rapariga adolescente que usa um brinco de cereja tem roupa de duas semanas colada ao corpo. Apetecia-lhe que chovesse e também lhe apetecia ficar nua, tomar banho, mas antes avisar as pessoas daquela rua que fechassem os olhos e que uma uma vez na vida os policias mexessem o rabo e corressem atrás dos delinquentes, dos políticos corruptos e dos padres. Agora o relógio da torre bate as horas aos soluços, ela vem de uma família rica e aristocrática, com o dinheiro da família ela pode viajar, pagar as consultas, idolatrar a comida vegan, além das aulas de Yoga e meditação dadas por um mestre que tem um nome difícil de pronunciar. Ela gosta de fazer sauna, a sauna é como ter a roupa colada ao corpo e sentir o suor a escorrer como a água húmida das paredes. Chega a noite e no quarto da pensão ela despe a roupa, lava a roupa na casa de banho, depois deita-se na banheira e com os dedos imagina a desenhar nos azulejo cenas porno. Na manhã seguinte veste a roupa lavada, o seu corpo tem um cheiro novo, entrou ar fresco no seu corpo. Se lhe fizessem um exorcismo sairia de dentro dela um diabo perfumado. Os empregados de escritório parecem diabos perfumados. O seu avô tinha um escritório de contabilidade, no natal o avô oferecia-lhe pequenos livros de facturas onde ela costumava desenhar ou passar receitas quando brincava aos médicos.

A rapariga chamasse Matilde, o nome lembra o de uma raposa, ela gosta de trepar em cima de homens mais velhos, acha os homens mais velhos um circulo aberto, são interessantes para viajar e aborrecidos para viver, ela prefere gastar o seu dinheiro com a jovem linhagem de vagabundos, o sexo funciona como uma maquina fotográfica, basta um clique, as maquinas fotográficas não tem orgasmos. importa o momento, o momento tem de ser profundo, ela não quer ficar demasiado comovida, comovida fica com as touradas e com as carnes penduradas do talho, gosta de filmes Japoneses, de jogos de computador, quando joga imagina que fica nessa linha branca e preta. Sentada nas escadas da igreja, desdobra o mapa, á sorte projecta o indicador numa floresta perdida, a floresta negra lembra-lhe criaturas estranhas, ela pega o estojo da cosmética , faz todo o tipo de caretas, projecta o espelho na direcção dos degraus, as sombras dos sapatos das pessoas que descem aquelas velhas escadas, o mendigo e o cão ficam ai,  naquela igreja festeja-se os casamentos de Santo António, quem quer casar tem de partir a cabeça ao santo, Quando ela era pequena a pedrada era o desporto nacional, havia um miúdo que tinha a alcunha de mercúrio cromo.

continua  lobo 012

Submited by

quinta-feira, janeiro 19, 2012 - 21:05

Poesia :

No votes yet

lobo

imagem de lobo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 6 anos 13 semanas
Membro desde: 04/26/2009
Conteúdos:
Pontos: 2592

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of lobo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Dedicado O noite vem vestir o povo 0 1.259 07/11/2011 - 08:21 Português
Poesia/Geral A noite é uma mosca 0 826 07/10/2011 - 08:50 Português
Poesia/Dedicado Estás dentro do poço 1 1.174 07/09/2011 - 17:18 Português
Poesia/Amor Anda não fiques ai 0 1.302 07/08/2011 - 08:00 Português
Poesia/Geral De que amarga água 1 936 07/07/2011 - 02:55 Português
Poesia/Dedicado Os bichos e as pessoas 0 1.526 07/05/2011 - 10:28 Português
Poesia/Dedicado Escrevem na pele com tinta limão 0 1.194 07/04/2011 - 13:31 Português
Poesia/Pensamentos Como se faz para levantar o corpo 0 1.213 07/03/2011 - 14:18 Português
Poesia/Geral A morte da mulher do dono do hotel 0 1.133 07/03/2011 - 12:59 Português
Poesia/Pensamentos Os dias marcados no corpo 0 1.340 07/02/2011 - 22:15 Português
Poesia/Amor Fim 1 965 07/01/2011 - 22:48 Português
Poesia/Pensamentos Vamos juntar palavras 1 769 07/01/2011 - 17:07 Português
Poesia/Amor O amor se escondeu 0 822 07/01/2011 - 09:16 Português
Poesia/Dedicado Volto no mar 0 1.109 06/30/2011 - 08:44 Português
Poesia/Pensamentos A lembrança é uma faca 2 657 06/29/2011 - 23:58 Português
Poesia/Geral Os barcos que se perdem dos rios 0 1.194 06/27/2011 - 17:21 Português
Poesia/Aforismo O fogodas mãos 0 1.258 06/26/2011 - 20:35 Português
Poesia/Amor Vou virar essa carta pra ti 0 701 06/26/2011 - 13:32 Português
Poesia/Poetrix A transparencia ou o outro modo de criar um pacto 0 720 06/26/2011 - 09:09 Português
Poesia/Geral Vou-te contar menino 1 1.082 06/25/2011 - 17:45 Português
Poesia/Erótico Como era aquele movimento 0 995 06/24/2011 - 22:09 Português
Poesia/Pensamentos Vou sacar um cigarro 0 1.116 06/24/2011 - 19:51 Português
Poesia/Fantasia Quando se prova a folha da coca 0 2.188 06/24/2011 - 16:12 Português
Poesia/Geral As lagartas andam no deserto 0 1.331 06/24/2011 - 14:51 Português
Poesia/Pensamentos Como me soubesse a triste 1 1.503 06/24/2011 - 09:32 Português