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AMANHECEU OUTRA VEZ

Já amanheceu outra vez

Já amanheceu outra vez e eu ainda contemplo,
O céu azul, sentindo a força do vento,
O calor que o Sol me vai dando devagar,
Porque eu ainda tenho lucidez para pensar.

Vou conhecendo as manhãs e à noite as estrelas,
E os meus olhos ainda vão podendo vê-las,
Sentindo na minha alma o amor que tenho dentro de mim,
E nunca o deixarei sair enquanto puder ainda viver assim.

Vou olhando o mar e o campo verde ou talvez seco,
Vou pisando o chão com os meus passos e ainda peço,
Força e bom senso dentro da minha dignidade,
Vendo gente e ouvindo as suas vozes de cada idade.

Tenho a alegria de viver com a vida que Deus me deu,
E por aqui ainda ando vivendo o tempo do meu eu,
Que ainda vou conhecendo e os meus olhos vêem,
E aquilo que ainda penso e escrevo, também lêem.

Já vi o mundo muito colorido, no tempo da inocência,
Mas agora que já sou ancião, vou vendo a violência,
E a tristeza de muita gente que tanto quer e não tem,
E a de outros que de terem tanto já não querem.

Vou vendo gente que têm como tecto as estrelas,
E outros com palácios olham e não querem vê-las,
Pensam apenas em si e querem mais do que têm,
E não olham para gente sem nada fazem que não vêem.

Conheço o mal e o bem que por mim tem passado,
Mas apenas com o mal que vivi me sinto magoado,
Passei pelas duas fases, conheço bem a vida,
A tristeza dos outros por mim será sempre sentida.

18 de Março de 2012-Estêvão

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quarta-feira, janeiro 4, 2017 - 12:22

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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