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Anônimo

Anônimo

Brincadeiras à parte
Em parto de meia luz
Banheiras secas e chão molhado
Taco e vestido velho
Trapos e lembranças
Lágrimas, manchas de sangue e inocência

Contrações despidas de sentido
Lanterna sem lâmpada e em curto
Circuito de mentiras e despejos
Limites exaustivos e defeitos irreparáveis

Nas sombras da sua crença
O tempo perdeu sua face
Uma máscara e uma criança
Lado a lado com a avareza e o egoísmo

Este e não outro é o mundo
Esta e aquela são as qualidades
Desqualificadas como tal
Impregnadas de miséria
Você, você, mil vezes você

Condicionado e obediente
Marcha soldado, sempre em frente
Brinquedos de uma armadilha maior
Controle, remoto, controle, remorso

Radares, pontes e lanternas
Ao menos uma brilha, pisca e some
Um sinal de vida
Um vestígio de raiva
Suas prioridades e falta de compaixão

Sem evidências de respeito
Some com pesos no peito
Em agonia fala sobre escolhas
Sexo, drogas e gatilho

Pinta um mapa de liberdade
Mal criado pelo ódio
Orientado pela televisão
Um retrato da deformidade

Um sonho informal de excesso de informação
Um projeto fracassado
De um tiro que saiu pela culatra
Um final sem cura, paz ou grandes méritos

De joelhos pelo próprio orgulho
Seu fim, enfim, sem palavras
Sem adeus nem preces
Às pressas fecham-se as cortinas
Desse ato falho final

Bernardo Almeida

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segunda-feira, fevereiro 28, 2011 - 01:40

Poesia :

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Bernardo Almeida

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