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Através da janela nanquim aguada
Detenho-me no lado negro da retina,
a esgotar os tons negros
numa gradação de norte a sul
onde as latitudes terminam sempre em teus(pez).
Quero triturar o pigmento nu da pimenta negra que te vi usar hoje,
(através da janela nanquim aguada que pintei para me ver):
A riscar-te
A estragar-te
A dividir-te
A multiplicar-te
A esboçar-te
E, transformar-te
nas sombras que passam diante de mim:
A traçar-me
A unir-me
A enlaçar-me
A estilhaçar-me
A reflectir-me
Num vidro que se parte e deixa na sua trajectória clarões
formas , dedos identificáveis
surgidos na imensidão do repouso dos meus olhos no teus
Muito ao longe…
Inventam-se as cores da transparência do teu corpo
Quero desenhar-te e já não sei.
Inspirado na ilustração "Janela" de Paula Baggio
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Poesia :
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Comentários
Re: Através da janela nanquim aguada
Nesta paleta de versos inebriantes, fui assolado pela tristeza das cores finais da tua obra.
Beijo transparente.
Re: Através da janela nanquim aguada
Movimentar as palavras, as tintas, as cores, os sons e tudo mais que se possa misturar. Poema com todos estes ingredientes e muitos mais. Adorei :-)
Bjs
IC
Re: Através da janela nanquim aguada
Até ao longe uma pintura se faz para longe seja perto e o amor mais desperto.
Belo!
Beijo
Re: Através da janela nanquim aguada
que maravilha de desenho..
bjs
Re: Através da janela nanquim aguada
Sabes sempre inventar novos desenhos. Eles esperam-te na tua imaginação :-)
Gostei muito!
Bjs