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Au revoir! - Bernardo Almeida
Au revoir!
A saudade soletra o seu nome em meu ouvido
Lembrando-me de palavras que preferiria ter esquecido
Mas sou exageradamente atrevido, fraco, louco e franco para suportar a sua falta
E renuncio à vontade no intento de prender ao meu corpo
Um pedaço do seu vale, repleto de minérios incandescentes e preciosos
Excerto supremo de experiências carnalmente desejáveis e possíveis
Talvez essas doces palavras não passem de um jogo
Tempo perdido, luz apagada, olho mudo ou vida em coma
Uma mentira que seduz e engana pela última vez
Traduzindo este estrangeiro idioma para a língua do meu desespero
Sem reduzi-lo às visões lingüísticas das olheiras e lágrimas
Que enfeitam rostos perfeitos e borram tintas de rosto, máscaras perfídias
Transformando tudo em uma mistura lamacenta de rosas negras
Como um manto que aquece e entristece os sorrisos mais esperançosos
Não! Esqueça-me na mesma proporção em que me destruo
Porque apesar de saber que o amanhã é um olhar perdido
Vejo seu nome riscado em minha pele com tinta e desgosto
Fazendo sangrar o desgaste, o distúrbio, a derrota e a decepção
Sem render-me, contemplo o amargo do seu amor
E inicio a minha despedida repentina
Sinalizada com uma breve e ansiosa contagem regressiva
Bernardo Almeida
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