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A ausência revela

A ausência não é o contrário da presença.
É o que sobra dela.
Como a marca do corpo no barro,
Como o eco depois do grito.

Tudo o que amamos,
Cedo ou tarde, se ausenta,
E somos forçados a aprender
A linguagem do que falta.

O tempo, esse escultor invisível,
Não molda o que vemos,
Mas o que perdemos.
Somos feitos tanto de presenças
Quanto de lacunas.

A ausência revela.
Mostra o que era essencial
Sob o véu do hábito.
Mostra que o outro,
Mesmo partindo,
Permanece como espelho
Do que somos quando amamos.

Sofrer a ausência
É uma forma de lembrar
Que já estivemos completos,
Ou acreditamos estar.
É a memória recusando-se
A aceitar a dissolução.

E ainda assim,
Há algo belo nisso:
O vazio nos ensina
A ver com olhos internos,
A ouvir com o que sobra do silêncio,
A tocar com o pensamento.

Talvez, no fim,
Tudo seja ausência.
O mundo,
A vida,
O próprio eu,
Um intervalo entre dois desconhecidos.

Mas há nobreza
Em quem sofre a ausência
Sem perder o gesto de acolher,
Sem apagar o lume da espera,
Sem deixar de chamar,
Mesmo que ninguém responda.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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sexta-feira, junho 13, 2025 - 19:43

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